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GOIÁS
Perillo atribui vitória a "coerência política"
Para o governador eleito de Goiás, ter vinculado seu nome ao de José Serra foi determinante para sua eleição
Ele diz crer que, como presidente, Dilma terá postura "mais sensata" que a de Lula, que o criticou em campanha
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Alvo de um mais fortes ataques do presidente Lula na
campanha eleitoral, o governador eleito de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), atribui sua
vitória à "coerência política"
por ter apoiado explicitamente a candidatura de José
Serra (PSDB) à Presidência.
Eleito com 52,9% dos votos contra 47% do adversário
Iris Rezende (PMDB), o tucano reagiu a Lula-que lhe
chamou de "mau caráter e
mentiroso" durante comício
em Goiás-mas prometeu um
"espírito desarmado" para
dialogar com a presidente
eleita, Dilma Rousseff (PT).
Veja trechos da entrevista.
Folha - O sr. travou um duro
embate com o presidente Lula na campanha. A vitória é
uma resposta aos ataques?
Marconi Perillo - Lamento
que o presidente tenha descido da mais alta função do
país, de chefe da nação, para
se imiscuir num debate local
com tanta virulência. Mas isso já passou, não tenho mágoa nem rancor. Lamento
que ele tenha levado para o
lado pessoal o fato de eu tê-lo
alertado sobre o mensalão no
governo dele, e também o fato de eu ter votado contra a
CPMF. Ele esqueceu que eu
ajudei muito ao sugerir a
união dos programas sociais
do governo FHC.
Qual postura o senhor espera
da presidente eleita?
Tenho certeza que a presidente Dilma terá um tratamento diferente, respeitoso,
para com os governadores do
PSDB e da oposição. Governo
não faz oposição a governo.
Ela terá uma postura muito
mais sensata, muito mais
equilibrada, do que tem tido
o presidente Lula.
Ao longo da campanha, o sr.
foi dos poucos candidatos da
oposição a desfilar com José
Serra e vincular seu material
de campanha ao dele...
Eu fiz tudo pelo Serra. E ele
ganhou aqui em Goiás porque eu não o escondi.
O senhor acha que o Serra foi
abandonado pelo partido?
Eu sempre fui muito coerente em relação ao que eu
penso e à minha prática.
Apoiei o Fernando Henrique
duas vezes, o [Geraldo] Alckmin, o Serra. O eleitor respeita mais políticos que são honestos em suas posições,
mesmo que às vezes não
queira votar no candidato
que você apoia. O Serra teve
uma boa performance. O que
pesou na derrota dele foi a região Nordeste e região Norte,
muito em virtude do Bolsa
Família.
Mas em Minas o desempenho
dele acabou ficando aquém
do que o partido esperava.
Eu não acho que tenha faltado esforço do governador
Aécio. Ele se esforçou muito,
andou o Brasil. Tem uma parte de Minas que tem muita semelhança com o Nordeste e o
Bolsa Família pesa muito.
O senhor acha que o apoio do
presidente Lula a Iris Rezende foi o que deixou a eleição
tão apertada no Estado?
Aqui, eu tive contra mim
todas as máquinas: a máquina da Prefeitura de Goiânia, a
máquina do governo estadual e a máquina federal
também com muita virulência. [...] Se não é isso, com
certeza o resultado teria sido
muito mais largo.
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