São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2010

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GOIÁS

Perillo atribui vitória a "coerência política"

Para o governador eleito de Goiás, ter vinculado seu nome ao de José Serra foi determinante para sua eleição

Ele diz crer que, como presidente, Dilma terá postura "mais sensata" que a de Lula, que o criticou em campanha

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Alvo de um mais fortes ataques do presidente Lula na campanha eleitoral, o governador eleito de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), atribui sua vitória à "coerência política" por ter apoiado explicitamente a candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência. Eleito com 52,9% dos votos contra 47% do adversário Iris Rezende (PMDB), o tucano reagiu a Lula-que lhe chamou de "mau caráter e mentiroso" durante comício em Goiás-mas prometeu um "espírito desarmado" para dialogar com a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). Veja trechos da entrevista.

Folha - O sr. travou um duro embate com o presidente Lula na campanha. A vitória é uma resposta aos ataques? Marconi Perillo - Lamento que o presidente tenha descido da mais alta função do país, de chefe da nação, para se imiscuir num debate local com tanta virulência. Mas isso já passou, não tenho mágoa nem rancor. Lamento que ele tenha levado para o lado pessoal o fato de eu tê-lo alertado sobre o mensalão no governo dele, e também o fato de eu ter votado contra a CPMF. Ele esqueceu que eu ajudei muito ao sugerir a união dos programas sociais do governo FHC.

Qual postura o senhor espera da presidente eleita?
Tenho certeza que a presidente Dilma terá um tratamento diferente, respeitoso, para com os governadores do PSDB e da oposição. Governo não faz oposição a governo. Ela terá uma postura muito mais sensata, muito mais equilibrada, do que tem tido o presidente Lula.

Ao longo da campanha, o sr. foi dos poucos candidatos da oposição a desfilar com José Serra e vincular seu material de campanha ao dele...
Eu fiz tudo pelo Serra. E ele ganhou aqui em Goiás porque eu não o escondi.

O senhor acha que o Serra foi abandonado pelo partido?
Eu sempre fui muito coerente em relação ao que eu penso e à minha prática. Apoiei o Fernando Henrique duas vezes, o [Geraldo] Alckmin, o Serra. O eleitor respeita mais políticos que são honestos em suas posições, mesmo que às vezes não queira votar no candidato que você apoia. O Serra teve uma boa performance. O que pesou na derrota dele foi a região Nordeste e região Norte, muito em virtude do Bolsa Família.

Mas em Minas o desempenho dele acabou ficando aquém do que o partido esperava.
Eu não acho que tenha faltado esforço do governador Aécio. Ele se esforçou muito, andou o Brasil. Tem uma parte de Minas que tem muita semelhança com o Nordeste e o Bolsa Família pesa muito.

O senhor acha que o apoio do presidente Lula a Iris Rezende foi o que deixou a eleição tão apertada no Estado?
Aqui, eu tive contra mim todas as máquinas: a máquina da Prefeitura de Goiânia, a máquina do governo estadual e a máquina federal também com muita virulência. [...] Se não é isso, com certeza o resultado teria sido muito mais largo.


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