São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2011 |
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ANÁLISE CRESCIMENTO PIB traz sinais positivos para a indústria Nos números divulgados pelo IBGE, o grande destaque foi o aumento dos investimentos no segundo trimestre
MONICA BAUMGARTEN DE BOLLE ESPECIAL PARA A FOLHA O PIB recém-divulgado pelo IBGE trouxe poucas novidades. Apesar da desaceleração em curso, a demanda interna continua forte, sustentada pelo crescimento do consumo das famílias e do governo, e pelo bom desempenho do investimento, a surpresa da divulgação. A formação bruta de capital fixo cresceu 6% em relação ao segundo trimestre de 2010, puxada pela expansão da importação de máquinas e equipamentos. Embora tenha havido uma desaceleração também desse componente da demanda, surpreende que tenha sido o investimento o item que mais se destacou. Desde o início do ano há uma forte desaceleração da indústria. Em relação ao segundo trimestre de 2010, o setor se expandiu apenas 1,7%. Embora a demanda interna continue dando sinais de dinamismo, há um favorecimento dos bens produzidos externamente em detrimento dos nacionais devido à perda de competitividade da indústria doméstica. Uma parte disso se deve à valorização do real frente às principais moedas. Outra parte reflete a falta de infraestrutura para o escoamento da produção, a baixa produtividade da nossa mão de obra e a onerosa carga tributária sobre o setor. Diante das fragilidades da economia mundial, que afetaram a indústria em diversos países, previa-se uma continuação desse desempenho decepcionante. Os números do PIB, entretanto, sinalizam um alento. A alta dos investimentos, impulsionada pelo aumento das importações de máquinas e equipamentos, sugere que o setor industrial está enxergando perspectivas melhores pela frente. Isso significa que a acomodação da atividade no setor poderá se reverter ao longo dos próximos meses, sobretudo com a sinalização do governo brasileiro, sacramentada pela redução dos juros pelo Banco Central, de que pretende afrouxar as condições monetárias, reduzindo o custo do crédito. Mas uma guinada na atividade industrial poderá impulsionar o crescimento do país em um momento delicado. Se a desaceleração for interrompida por uma forte retomada da indústria, a pressão adicional sobre os salários prejudicará ainda mais os cenários de inflação. Não está nada fácil executar o "pouso suave" da economia brasileira, como quer a presidente Dilma Rousseff. MONICA BAUMGARTEN DE BOLLE é economista, professora da PUC-RJ e diretora do IEPE/Casa das Garças. Texto Anterior: Economia desacelera, mas consumo continua em alta Próximo Texto: Mantega adota tons diferentes ao estimar juros e crescimento Índice | Comunicar Erros |
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