São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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Eleita cogita nome do PT para Saúde, mas PMDB não desiste

Ex-dirigente da Agência Nacional de Saúde ganhou força depois de secretário do Rio ter sido anunciado por Cabral

Governador do Rio diz que fala foi precipitada; Fausto dos Santos, que é ligado ao PT de Minas, teve reunião com eleita


VALDO CRUZ
NATUZA NERY

DE BRASÍLIA

O PMDB ainda não desistiu do Ministério da Saúde, mas surgiu um novo nome para ocupar a pasta. Fausto Pereira dos Santos, ex-diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde) e ligado ao PT mineiro, pode ser o escolhido pela presidente eleita, Dilma Rousseff.
Segundo a Folha apurou, ele era o segundo nome da lista em análise pela petista, mas ganhou força depois que o primeiro, o ortopedista Sérgio Côrtes, teve sua indicação bastante dificultada.
Secretário de Saúde do Rio, Côrtes chegou a ser anunciado de forma precipitada pelo governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), fiador de sua indicação.
O problema é que a escolha não passou pelos canais partidários, provocando reação do PMDB. Dilma, que havia definido o nome, também desaprovou a divulgação e acabou voltando atrás publicamente. Nas palavras de um integrante da transição, o destino da pasta voltou à "estaca zero".
Portador de deficiência física que o leva a andar de muletas, Fausto Pereira dos Santos trabalhou com Patrus Ananias na época em que ele era prefeito de Belo Horizonte. Contemplaria, portanto, os petistas mineiros ligados ao ex-ministro do Desenvolvimento Social.
Tem ainda boa relação com o grupo do também ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, cotado para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Conta a seu favor o fato de ser um nome técnico, como deseja Dilma.
Santos participou da reunião convocada pela presidente eleita nesta semana para discutir o setor da saúde e já teria, inclusive, um nome para ocupar sua secretaria-executiva: Helvécio Magalhães, também ligado ao PT mineiro e com bom trânsito nos grupos de Patrus e Pimentel.
Segundo assessores, Dilma estaria inclinada a nomear Fausto Pereira dos Santos, mas ainda iria aguardar as negociações com os peemedebistas para tomar uma decisão final.
A bancada de deputados do PMDB não aceita Côrtes, considerado da cota de Cabral, mas topa assumir um outro nome técnico numa negociação com a equipe da presidente eleita.

DESCULPAS
Em evento em Buenos Aires, o governador do Rio disse que se "precipitou" e "errou" ao anunciar Côrtes. "A precipitação foi minha.
Errei em ter me empolgado, porque o Côrtes é o melhor técnico de saúde pública do Brasil. Ela não formalizou o convite. Eu até peço desculpas, porque quem tem que anunciar ministro é a presidente da República ou alguém delegado por ela."

Colaborou GUSTAVO HENNEMANN, de Buenos Aires


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