|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Perde e ganha eleitoral
Ícones da oposição no Senado, como Tasso Jereissati, sofrem derrota nas urnas, e novos campeões de votos, como o capixaba Renato Casagrande, ascendem em vários Estados
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
As eleições deste ano provaram, uma vez mais, que a
linha que separa céu e inferno na política é tênue.
Senadores ícones da oposição chegaram às urnas com
a certeza da reeleição e de
que estariam de volta aos
seus gabinetes a partir de 1º
de fevereiro de 2011.
Mas figuras como Tasso Jereissati (PSDB), três vezes governador do Ceará e senador
desde 2002, agora terão que
se contentar com pelo menos
dois anos sem mandato.
Tasso, Marco Maciel
(DEM-PE), Heráclito Fortes
(DEM-PI) e Arthur Virgílio
(PSDB-AM), também derrotados, foram pontas de lança
do bloco de oposição a Lula
no Senado, que conseguiu
impor ao governo derrotas
importantes, como a queda
da CPMF.
Graças a esses apertos, Lula fez questão de investir em
candidatos fortes para derrotar seus "inimigos".
Jarbas Vasconcelos (PE),
da ala oposicionista do
PMDB, volta para a metade
final de seu mandato no Senado marcado por uma derrota expressiva para Eduardo
Campos (PSB) na disputa pelo governo de Pernambuco.
Campos, aliás, emerge das
urnas como um dos principais representantes situacionistas. Chega ao seu segundo
mandato em Pernambuco,
berço do presidente Lula,
com o apoio de 82% dos eleitores, segundo indicava a
apuração até as 21h30.
Também do PSB, que se
consolida como partido de
primeiro escalão na composição de forças pelo país, Renato Casagrande conseguiu,
no Espírito Santo, os mesmos
82% dos votos de seu colega
de partido.
Mas ao mesmo tempo em
que líderes da oposição tomam o rumo da porta de saída do Congresso, o ex-governador mineiro Aécio Neves
(PSDB) emerge das eleições
como maior nome oposicionista numa vitória de Dilma.
Sua eleição era dada como
certa no Senado, mas mostrou muita força ao alcançar,
em Minas, o que Lula não
conseguiu nacionalmente:
eleger, em primeiro turno,
Antonio Anastasia, que era
vice de Aécio e nunca havia
sido testado nas urnas.
Outra conquista tucana foi
a eleição, em primeiro turno,
de Beto Richa. Outro expoente "jovem" do PSDB, o ex-prefeito de Curitiba chegou à
eleição empatado com Osmar Dias (PDT).
Também entra nessa conta
dos "abençoados" do PSDB
Aloysio Nunes Ferreira, a
maior surpresa do país entre
os candidatos ao Senado.
Do lado governista, o PT
volta a ter um nome forte no
Rio de Janeiro, terceiro maior
colégio eleitoral do país, com
a eleição de Lindberg Farias.
O candidato conseguiu
desbancar um dos remanescentes da oposição ao governo Lula no Rio de Janeiro: Cesar Maia, prefeito do Rio por
três mandatos, que vai para o
ocaso político.
Excluída do segundo turno nas eleições presidenciais, Marina Silva (PV) também pode ser considerada
"vencedora", ao ter conquistado um cacife eleitoral futuro de 20 milhões de votos.
Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: A marcha da apuração Próximo Texto: ELEIÇÕES 2010 ESTADOS ALCKMIN VENCE Índice | Comunicar Erros
|