São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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Disputa interna inchou diretório do PT em Mauá

DE SÃO PAULO

Lançado na rota do escândalo da quebra do sigilo fiscal de Veronica Serra, o diretório do PT de Mauá, ao qual o falso procurador Antonio Carlos Atella Ferreira era filiado, sofreu processo de inchaço desde 2004 devido a uma forte disputa interna.
Os grupos em confronto são o do atual prefeito, Oswaldo Dias, e do ex-vice-prefeito Márcio Chaves Pires.
Com cerca de 12 mil filiados, o PT de Mauá é hoje o terceiro maior diretório do Estado -perde para São Paulo e Guarulhos.
O atual presidente, Leandro Dias, é filho do prefeito. Na quarta-feira passada, o comitê petista no município foi assaltado.
Oswaldo Dias foi um dos fundadores do PT na cidade. Sua ficha de filiação foi abonada pelo presidente Lula. Dias foi militante do movimento sindical e integrou o sindicato dos metalúrgicos.
Eleito no primeiro turno em 2008, Dias está em sua terceira gestão à frente do município da região do ABC paulista, que tem 284 mil eleitores. Mas, para sair candidato em 2008, bateu chapa com Márcio Chaves.
Neste ano, o grupo de Dias se opôs à candidatura de Chaves para a Assembleia, temendo que dividisse os votos do candidato à reeleição Donisete Braga. Chaves insistiu e novamente a sigla entrou na eleição rachada.
Chaves chegou a disputar a prefeitura em 2004, ganhou a eleição, mas teve a candidatura impugnada por uso da máquina pública. Na época, o PT perdeu o comando da cidade para o grupo de Leonel Damo (ex-PV).
Neste ano, Chaves é candidato a deputado estadual após deixar uma secretaria na Prefeitura de Araçatuba, também do PT.
Em 2004, pouco antes de deixar a prefeitura, Oswaldo Dias assinou contratos mantidos entre a Caixa Econômica Federal e a empresa Ecosama, do empreiteiro Zuleido Veras, preso pela Polícia Federal na Operação Navalha.
A Ecosama detinha a concessão de serviço de esgoto num contrato de R$ 1,62 bilhão, contestado pelo Tribunal de Contas do Estado.
À época, escutas da PF flagraram diálogos entre uma funcionária da Gautama e Zuleido, citando o ex-secretário de Habitação Cláudio Scalli como "contato de Oswaldo Dias" no negócio.
(SILVIO NAVARRO)


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