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Disputa interna inchou diretório do PT em Mauá
DE SÃO PAULO
Lançado na rota do escândalo da quebra do sigilo fiscal de Veronica Serra, o diretório do PT de Mauá, ao qual
o falso procurador Antonio
Carlos Atella Ferreira era filiado, sofreu processo de inchaço desde 2004 devido a
uma forte disputa interna.
Os grupos em confronto
são o do atual prefeito, Oswaldo Dias, e do ex-vice-prefeito Márcio Chaves Pires.
Com cerca de 12 mil filiados, o PT de Mauá é hoje o
terceiro maior diretório do
Estado -perde para São Paulo e Guarulhos.
O atual presidente, Leandro Dias, é filho do prefeito.
Na quarta-feira passada, o
comitê petista no município
foi assaltado.
Oswaldo Dias foi um dos
fundadores do PT na cidade.
Sua ficha de filiação foi abonada pelo presidente Lula.
Dias foi militante do movimento sindical e integrou o
sindicato dos metalúrgicos.
Eleito no primeiro turno
em 2008, Dias está em sua
terceira gestão à frente do
município da região do ABC
paulista, que tem 284 mil
eleitores. Mas, para sair candidato em 2008, bateu chapa
com Márcio Chaves.
Neste ano, o grupo de Dias
se opôs à candidatura de
Chaves para a Assembleia,
temendo que dividisse os votos do candidato à reeleição
Donisete Braga. Chaves insistiu e novamente a sigla entrou na eleição rachada.
Chaves chegou a disputar
a prefeitura em 2004, ganhou a eleição, mas teve a
candidatura impugnada por
uso da máquina pública. Na
época, o PT perdeu o comando da cidade para o grupo de
Leonel Damo (ex-PV).
Neste ano, Chaves é candidato a deputado estadual
após deixar uma secretaria
na Prefeitura de Araçatuba,
também do PT.
Em 2004, pouco antes de
deixar a prefeitura, Oswaldo
Dias assinou contratos mantidos entre a Caixa Econômica Federal e a empresa Ecosama, do empreiteiro Zuleido
Veras, preso pela Polícia Federal na Operação Navalha.
A Ecosama detinha a concessão de serviço de esgoto
num contrato de R$ 1,62 bilhão, contestado pelo Tribunal de Contas do Estado.
À época, escutas da PF flagraram diálogos entre uma
funcionária da Gautama e
Zuleido, citando o ex-secretário de Habitação Cláudio
Scalli como "contato de Oswaldo Dias" no negócio.
(SILVIO NAVARRO)
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