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Acesso a dado de tucano em MG foi irregular
Corregedoria da Receita Federal conclui que servidor petista fez consulta imotivada a cadastro de Eduardo Jorge
Investigação desmente versão dada por Gilberto Amarante, filiado ao PT desde 2001, de que procurava homônimo
DE BRASÍLIA
A corregedoria da Receita
Federal concluiu que os acessos aos dados de Eduardo
Jorge Caldas Pereira, realizados por um petista em Formiga (MG), foram ilegais.
O analista tributário Gilberto Souza Amarante, filiado ao PT desde 2001, usou os
sistemas do fisco para vasculhar informações do tucano
sem motivação profissional.
"Considerando então que
os indícios encontrados não
remetem a um acesso equivocado, mas sim a uma consulta direcionada [...], restaria ao servidor esclarecer os
motivos que o ensejaram a
acessar os dados", diz relatório da corregedoria do dia 30.
Amarante não conseguiu
explicar à comissão de inquérito do órgão por que consultou os dados do dirigente
tucano. Disse que não se lembrava da consulta, realizada
no dia 3 de abril de 2009.
A superintendência do fisco em Minas também informou que não havia nenhum
tipo de autorização para os
acessos aos dados de EJ.
A conclusão da corregedoria do fisco desmente a versão de Amarante. Em entrevista à Folha, ele havia dito
que procurava um homônimo de Eduardo Jorge. "Disso
se conclui inicialmente que
Gilberto Souza Amarante
realizou pesquisa direcionada ao CPF ou ao nome de
Eduardo Jorge Caldas Pereira", diz a corregedoria.
Ontem, em nota, o fisco
confirmou que houve "indícios de acesso imotivado",
mas foram vistos só dados
cadastrais, e não as declarações de Imposto de Renda.
O servidor acessou ainda
dados de empresas em nome
de Eduardo Jorge. A consulta
em Formiga ocorreu uma semana após um acesso à conta de EJ no Banco do Brasil na
agência de Maricá (RJ).
O tucano diz que essa consulta, em 26 de março, não
tem justificativa e aponta
uma quebra coordenada de
seus sigilos fiscal e bancário.
Conforme a Folha revelou
em junho, cinco declarações
de renda de EJ e dados de sua
movimentação financeira no
BB circularam nas mãos de
pessoas ligadas ao "grupo de
inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT).
Além do vice-presidente
do PSDB, outras pessoas próximas a José Serra, incluindo
sua filha, Veronica, tiveram
seus sigilos fiscais violados.
Ontem o ministro Guido
Mantega (Fazenda) anunciou que o presidente Lula
assinou medida provisória
que pune com demissão por
justa causa os servidores da
Receita envolvidos em quebra de sigilo fiscal de contribuintes.
(LEONARDO SOUZA, MATHEUS LEITÃO e FERNANDA ODILLA)
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