São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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Serra diz que Lula adota populismo de direita na economia

Candidato derrotado afirma, na França, que país está fechado para o exterior e passa por processo de desindustrialização

Durante seu discurso, Serra foi interrompido por manifestante na plateia, que gritou "por qué no te callas?"

DA EFE
DE SÃO PAULO

O candidato derrotado à Presidência, José Serra (PSDB), acusou o presidente Lula de desindustrializar o país e adotar um "populismo" de direita em matéria econômica.
O comentário do tucano foi feito ontem durante um seminário em Biarritz, sul da França, sobre as relações entre a América Latina e a União Europeia.
O ex-governador de São Paulo afirmou que o Brasil está "fechado para o exterior" porque passa por um "processo claro de desindustrialização". "É um governo populista de direita na área econômica", atacou.
Ele criticou o que chama de falta de investimentos do governo federal e a alta carga tributária do país.
Para o tucano, o presidente Lula exerce um "populismo cambial" e não tem um modelo econômico definido.
Segundo Serra, não foi possível expor essas ideias do jeito que gostaria durante a campanha, na qual foi derrotado pela candidata governista, Dilma Rousseff (PT).
"A democracia não é apenas ganhar as eleições, é governar democraticamente."
Serra também fez críticas à política externa. Ele acusou o governo Lula de se "unir a ditaduras como o Irã".
Nesse momento, o tucano foi interrompido por um membro da Fundação Zapata, do México, que gritou "por qué no te callas? [por que não te calas?]", provocando um alvoroço na sala.
A frase se tornou conhecida depois de o rei Juan Carlos, da Espanha, dirigi-la ao presidente da Venezuela, Hugo Chavéz, em 2008.
Com esse discurso, Serra tenta atuar como porta-voz da oposição. Hoje, ele conta com recall da eleição, mas, sem tribuna, teme que esse capital se dilua.
Ao falar de desindustrialização, Serra não faz uma crítica apenas ao PT, mas manda um recado ao PSDB. Na campanha, ele foi orientado a não falar sobre o tema sob pena de perder apoio no mercado financeiro.


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