São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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PF prende 7 no RN sob acusação de desviar R$ 2 mi de obra do PAC

Entre os detidos está o superintendente do Dnit, Gledson Maia, que nega participação

DANILO SÁ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NATAL

A Operação Via Ápia, da Polícia Federal, prendeu ontem no Rio Grande do Norte sete pessoas sob acusação de integrar um esquema que teria desviado pelo menos R$ 2 milhões das obras de duplicação da BR-101 no Estado.
O trecho, de cerca de 60 km, faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.
Entre os detidos estão o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Fernando Rocha, e o diretor-adjunto do órgão, o engenheiro Gledson Maia, sobrinho do deputado federal reeleito João Maia (PR-RN) e do deputado distrital eleito Agaciel Maia (PTC-DF).
Maia foi o primeiro a ser preso, anteontem. O engenheiro almoçava em um restaurante de Natal com um empresário, também preso. A prisão, em flagrante, foi no momento em que, segundo a PF, ele recebia R$ 50 mil de propina. Seu advogado nega.
Os demais presos são funcionários do Dnit e representantes de um consórcio contratado pelo órgão para a execução de obras no Estado.
Segundo a PF, os presos podem responder por peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, formação de quadrilha e por violação a lei das licitações. A pena pode chegar a 12 anos de reclusão.
Segundo o superintendente da PF no RN, Marcelo Mosele, o esquema superfaturava e desviava recursos de obras públicas, além de realizar pagamento indevido em projetos de infraestrutura rodoviária que deveriam ser feitos pelo Dnit.
Mosele disse que a propina paga a Maia em flagrante não tem relação com os crimes investigados pela operação.
O advogado de defesa de Maia, Caio Vítor Ribeiro, negou envolvimento do engenheiro no esquema. "Acho que houve uma fatalidade, uma falta de sorte", disse.
O advogado afirmou que Maia não recebeu R$ 50 mil de propina. O dinheiro seria do empresário que almoçava com o diretor do Dnit no momento da prisão. A quantia seria utilizada para quitar dívidas dessa empresa no RN.
A reportagem não conseguiu falar com a defesa de Fernando Rocha.


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