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Bolsa Família já beneficia 26% dos novos assentados
Governo mira recém-contemplados pela reforma agrária e os acampados
Extensão do benefício esbarra em resistência de prefeitos e do MST, que teme perder poder
de mobilizar sem-terra
EDUARDO SCOLESE
DE BRASÍLIA
Um em cada quatro novos
assentados da reforma agrária já é atendido pelo programa Bolsa Família. O governo
quer estender o benefício
também aos sem-terra à espera de um lote.
Segundo os cadastros oficiais, de 66,4 mil famílias assentadas em 2008, 17,5 mil
(26%) já possuem o cartão.
A meta agora é alcançar os
demais assentados a partir
de 2008, desde que estejam
na faixa de renda familiar para inclusão, de R$ 140 mensais per capita.
Nesse público-alvo estão
também as 214 mil famílias
acampadas que recebem
uma cesta básica do governo
a cada três meses.
A entrada dos assentamentos no Bolsa Família ainda engatinha por conta de
uma série de dificuldades.
O primeiro entrave é convencer prefeitos a incluir os
sem-terra no Cadastro Único,
caminho obrigatório para inclusão no Bolsa Família.
O segundo é a resistência
do próprio MST, que avalia
que o benefício pode afastar
os sem-terra de mobilizações, como invasões.
O Bolsa Família atende hoje cerca de 12 milhões de famílias, que recebem entre R$
22 e R$ 200 mês.
O Nordeste detém a maior
proporção de assentados
com o cartão do programa
(36%), seguido de Norte
(26%), Sudeste (23%), Sul
(22%) e Centro-Oeste (13%).
Até que cheguem os primeiros créditos, o que leva
em média um ano e meio, o
Bolsa Família é a única renda
das famílias assentadas.
Rolf Hackbart, presidente
do Incra, afirma que a inclusão no programa não inibe a
produção. Ele defende que o
benefício cesse após a chegada dos primeiros créditos.
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