São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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FHC sugere lema 'Yes, we care' a tucanos

Segundo ex-presidente, slogan inspirado na campanha de Obama mostra que o PSDB 'se preocupa com as pessoas'

Economistas do partido defendem extinção de crédito subsidiado do governo e redução do número de ministérios

Carlos Ivan/Agência O Globo
O ex-presidente Fernando Henrique conversa com o senador Aécio Neves no seminário sobre a nova agenda do PSDB

VERA MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Mergulhados numa profunda crise de identidade desde a derrota sofrida na eleição presidencial do ano passado, os principais dirigentes do PSDB começaram ontem a discutir uma nova agenda para o partido.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propôs até uma nova bandeira, sugerindo que os tucanos adaptem o slogan de campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para se reapresentar aos eleitores.
Em vez de "Yes, we can" ("Sim, nós podemos"), os tucanos deveriam adotar como lema "Yes, we care" ("Sim, nós nos preocupamos"). "O que falta é carinho, é atenção", disse o ex-presidente ao justificar sua proposta: "Temos de ser o partido que se preocupa com as pessoas, com seu bem estar".
FHC falou no encerramento de um seminário promovido no Rio pelo Instituto Teotônio Vilela, vinculado ao PSDB, em que economistas e intelectuais tucanos fizeram sugestões para um novo programa partidário.
A proposta que mais entusiasmou os tucanos foi apresentada pelo ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida, que defendeu o fim do crédito subsidiado oferecido por bancos públicos -como o BNDES.
Segundo Arida, seria uma maneira de acelerar a queda da taxa básica de juros e elevar a remuneração da caderneta de poupança e de fundos administrados pelo governo, como o FAT e o FGTS.
Com o fim dos subsídios, as taxas de juros cobradas pelo BNDES e por outros bancos públicos seriam elevadas para níveis mais próximos das taxas cobradas pelos bancos privados, reduzindo a demanda pelo crédito oficial e liberando os recursos públicos para outras finalidades.
"O governo tem de agir em nome do bem comum, e não favorecer o lobby dos tomadores de recursos subsidiados", afirmou Arida. FHC considerou a proposta "revolucionária". O senador Aécio Neves (MG), que pretende se lançar candidato à Presidência da República em 2014, prometeu estudar a ideia e transformá-la em projeto de lei.
O ex-presidente do BC Armínio Fraga defendeu a redução dos atuais 38 ministérios pela metade. "É preciso limitar o número de cargos de confiança, evitar essa farra dos cargos, que é vergonhosa, e deixar que o Estado volte a ser para a Nação, e não mais a serviço de um partido", disse, arrancando aplausos da plateia.
O ex-governador José Serra (SP), que perdeu as eleições presidenciais de 2002 e 2010, propôs que a ideia seja encampada e que se estabeleçam critérios técnicos para o preenchimento de cargos em comissão. "Não falo em concurso ou em acabar com cargos de confiança, o que engessaria o sistema. Mas em estabelecer padrões de qualificação para cada cargo", afirmou.


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