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Lula compara EUA a elefante que "se borra" ao ver rato
Para presidente, país aprendeu a respeitar o Brasil após disputas comerciais travadas em seu governo na OMC
FÁBIO AMATO
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse ontem
que, depois de disputas comerciais travadas na OMC
(Organização Mundial do Comércio), os EUA e a União Europeia aprenderam a respeitar o Brasil assim como um
elefante "tem medo e se borra" por causa de um rato.
A afirmação foi feita quando Lula discursava em inauguração de um armazém de
grãos da Conab (Companhia
Nacional de Abastecimento),
em Uberlândia (MG).
Lula citou a vitória contra
os EUA na OMC -que autorizou o Brasil a retaliar os norte-americanos por conta de
subsídios a produtores de algodão- para dizer que apenas no seu governo o país
passou a "brigar" contra nações mais desenvolvidas.
Segundo Lula, nos governos anteriores acreditava-se
que o país não poderia enfrentar economias como a
dos EUA. Entretanto, foi em
outubro 2002, último ano no
governo Fernando Henrique
Cardoso, que o Brasil começou a disputa com os norte-americanos que se desenvolveu no governo Lula.
"Um elefante é daquele tamanhão, a tromba dele vale
uns dez ratos, mas coloca um
ratinho perto de um elefante
para ver como o bicho tem
medo e se borra", disse Lula,
depois de relatar as disputas
na OMC envolvendo temas
como açúcar e algodão.
RECADO
"Eu acho que o que nós fizemos foi dizer para os americanos: "Nós respeitamos vocês, queremos vocês como
parceiro privilegiado nosso,
mas nós queremos também
ser respeitados'", disse o presidente, completando que o
mesmo recado foi dado à
União Europeia.
Lula afirmou que "o Brasil
nunca teve condições de andar de cabeça erguida como
agora" e criticou antecessores dizendo que, antes dele, o
país era governado por gente
com "mente colonizada".
Em novembro de 2009, a
OMC autorizou o Brasil a retaliar os EUA em até US$ 830
milhões em resposta aos subsídios concedidos pelos norte-americanos a produtores
de algodão.
A medida determina que
US$ 591 milhões sejam de
produtos que terão a tarifa de
importação reajustada e cerca de US$ 240 milhões em
propriedade intelectual, que
envolve marcas, patentes e
direitos autorais que podem
ser quebrados pelo Brasil.
A retaliação deveria ter começado em abril, mas foi
adiada duas vezes para que,
a partir de um aceno americano com medidas paliativas, os dois países fechassem
um acordo.
Em junho, porém, o Brasil
decidiu suspender por mais
dois anos e meio o processo
de retaliação comercial a produtos e propriedade intelectual dos EUA, diante de um
acordo provisório que prevê
a diminuição até 2012 dos
subsídios ilegais ao algodão.
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