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São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2010

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Lula compara EUA a elefante que "se borra" ao ver rato

Para presidente, país aprendeu a respeitar o Brasil após disputas comerciais travadas em seu governo na OMC

FÁBIO AMATO
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que, depois de disputas comerciais travadas na OMC (Organização Mundial do Comércio), os EUA e a União Europeia aprenderam a respeitar o Brasil assim como um elefante "tem medo e se borra" por causa de um rato.
A afirmação foi feita quando Lula discursava em inauguração de um armazém de grãos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em Uberlândia (MG).
Lula citou a vitória contra os EUA na OMC -que autorizou o Brasil a retaliar os norte-americanos por conta de subsídios a produtores de algodão- para dizer que apenas no seu governo o país passou a "brigar" contra nações mais desenvolvidas.
Segundo Lula, nos governos anteriores acreditava-se que o país não poderia enfrentar economias como a dos EUA. Entretanto, foi em outubro 2002, último ano no governo Fernando Henrique Cardoso, que o Brasil começou a disputa com os norte-americanos que se desenvolveu no governo Lula.
"Um elefante é daquele tamanhão, a tromba dele vale uns dez ratos, mas coloca um ratinho perto de um elefante para ver como o bicho tem medo e se borra", disse Lula, depois de relatar as disputas na OMC envolvendo temas como açúcar e algodão.

RECADO
"Eu acho que o que nós fizemos foi dizer para os americanos: "Nós respeitamos vocês, queremos vocês como parceiro privilegiado nosso, mas nós queremos também ser respeitados'", disse o presidente, completando que o mesmo recado foi dado à União Europeia.
Lula afirmou que "o Brasil nunca teve condições de andar de cabeça erguida como agora" e criticou antecessores dizendo que, antes dele, o país era governado por gente com "mente colonizada".
Em novembro de 2009, a OMC autorizou o Brasil a retaliar os EUA em até US$ 830 milhões em resposta aos subsídios concedidos pelos norte-americanos a produtores de algodão.
A medida determina que US$ 591 milhões sejam de produtos que terão a tarifa de importação reajustada e cerca de US$ 240 milhões em propriedade intelectual, que envolve marcas, patentes e direitos autorais que podem ser quebrados pelo Brasil.
A retaliação deveria ter começado em abril, mas foi adiada duas vezes para que, a partir de um aceno americano com medidas paliativas, os dois países fechassem um acordo.
Em junho, porém, o Brasil decidiu suspender por mais dois anos e meio o processo de retaliação comercial a produtos e propriedade intelectual dos EUA, diante de um acordo provisório que prevê a diminuição até 2012 dos subsídios ilegais ao algodão.


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