São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2010 |
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Petista evangélico questiona avaliação de marqueteiro Para Walter Pinheiro, "nunca houve ofensiva de marketing" para caso Erenice, e boatos de temas religiosos levaram eleição ao 2º turno
FERNANDO RODRIGUES
Folha - O sr. então discorda da avaliação da relevância do caso Erenice para levar a eleição para o segundo turno? Walter Pinheiro - Se esse caso fosse determinante, teria merecido de nós algumas ofensivas. Teríamos de ter tido uma tática eleitoral e de marketing para solucionar o assunto. Isso não foi feito. Se o caso Erenice foi tão bombástico e nos levou ao segundo turno, temos de admitir que esse episódio se dissipou ao vento, por si só. Até porque nunca houve grande ofensiva de marketing a respeito. Na sua avaliação, a onda religiosa foi mais determinante? Claro. A rede de boatos e ataques apócrifos dizendo que o PT apoiava o projeto de lei sobre homofobia e que iria restringir a liberdade de culto religioso. A divulgação de que Dilma teria dito que nem Jesus Cristo tiraria a vitória dela. Foram milhões de mensagens com esse teor. E o que foi feito? Exatamente este é o ponto. Nesse caso, houve grande mobilização do partido e dos aliados. Falamos com padres católicos, com líderes de várias religiões. Aliás, as duas campanhas se mobilizaram para incluir religiosos. Quem atuou e como? Vários de nós. Entre outros, os senadores Marcelo Crivella [PRB-RJ] e Magno Malta [PR-ES], o deputado bispo Rodovalho [PP-DF] e eu [do lado evangélico]. Além de Gilberto Carvalho [chefe de gabinete do presidente Lula, com trânsito entre católicos]. Fomos a quase todas as capitais. Distribuímos quase 40 milhões de cópias da mensagem de Dilma sobre religião. Mas isso indica que necessariamente o tema religioso foi o determinante? Mas então me diga que tipo de documento Dilma assinou sobre o caso Erenice? Por outro lado, veja o que se passou sobre esses temas religiosos. Mesmo o ato de Dilma com artistas foi dirigido por Leonardo Boff, teólogo. Ou seja, na sua avaliação, João Santana cometeu uma interpretação equivocada? Acho que ele não teve a sensibilidade de perceber o verdadeiro fator. Tenta fazer uma leitura dizendo que foi um caso político e não de foro íntimo/religioso. Se realmente o debate religioso foi só "uma vírgula", como ele falou, por que o publicitário não fez vacina para o caso Erenice? Ele estava no marketing, eu estava na rua. Texto Anterior: Transição onde oposição venceu já tem atritos Próximo Texto: CNJ investigará patrocínio a evento de juízes em resort Índice | Comunicar Erros |
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