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ANÁLISE
Exposta às contradições, petista recorre à tergiversação
JOSIAS DE SOUZA
DE BRASÍLIA
Submetido a 12 minutos de
contraditório, o discurso ensaiado de Dilma Rousseff se
liquefez sobre a bancada do
"Jornal Nacional".
A presidenciável foi inquirida sobre algumas das principais incongruências e debilidades que a cercam. Ao responder, tergiversou.
Beneficiária da popularidade de seu cabo eleitoral,
foi questionada sobre o outro
lado da moeda. Se eleita, não
terá em Lula um "tutor"?
Poderia ter respondido
com um simples "não". Preferiu desconversar. "As pessoas têm de escolher o que eu
sou", rodeou. Queixou-se:
Ora dizem que "sou uma
mulher forte" ora que "tenho
tutor". Em vez de se definir,
açulou a dúvida. Disse ter
"imenso orgulho" da relação
com Lula, "um grande líder".
Foram ao ar os nomes que
se escondem sob as siglas
reunidas na megacoligação
de Dilma: Jader Barbalho,
Renan Calheiros, a família
Sarney, Collor. Quando o PT
errou, ontem ou hoje?
Impossibilitada de se dissociar dos apoiadores que,
no passado, o petismo tachava de "oligarcas" e "ladrões",
deu ao fisiologismo um apelido novo: amadurecimento.
"O PT não tinha experiência de governo, agora tem",
ela tentou justificar.
Na versão edulcorada da
candidata, o apoio seria desinteressado. O governo tem
uma "diretriz", disse. Quem
apoia sujeita-se. A lorota não
resiste a uma passada de
olhos pelo organograma do
Estado, apinhado de apoiadores graciosos.
Dona de temperamento
mercurial, Dilma foi instada
a dizer como conciliará o pavio curto com o traquejo político que se exige de um presidente. Reconheceu-se como
"pessoa firme". Em seguida,
escorou a firmeza na muleta
usual: "Nós, do governo Lula, somos do diálogo".
A entrevista evidenciou
que o treinamento a que a
marquetagem submete Dilma vale só até certo ponto. O
ponto de interrogação.
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