São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2010

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Barbosa reclama de invasão de privacidade

Ministro do STF licenciado por dores crônicas nas costas foi flagrado em um bar no DF

DE BRASÍLIA

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa criticou ontem, em nota, o que chamou de "invasão de sua privacidade" e repudiou os "aspirantes a paparazzi e fabricantes de escândalos".
O ministro sofre de dor crônica nas costas e desde fevereiro de 2008 faz pedidos de licença. Barbosa diz não conseguir ficar muito tempo sentado, como exigem as sessões do STF. Neste ano, em abril, ele tirou 60 dias de licença e a prorrogou por igual período no início deste mês.
Ontem, o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou foto do ministro em encontro com amigos em um bar, em Brasília, no último sábado. A reportagem também informou que ele esteve ainda em festa na noite anterior na cidade.
Barbosa interrompeu a licença nesta semana para julgar casos que dependem de seu voto e levar ao plenário uma questão relacionada ao caso do mensalão.
A volta momentânea ocorreu após o Painel da Folha revelar que o presidente do STF, Cezar Peluso, estuda pedir perícia sobre o estado de saúde do colega.
Sua ausência tem sido criticada por entidades e ministros, que alegam acúmulo de processos. Hoje, sem ele, atuam no STF só nove ministros, já que Eros Grau antecipou sua aposentadoria.
"Sofro de dores crônicas nas regiões lombar e quadril há três anos", começa nota divulgada ontem. Segundo o comunicado, Barbosa afirma que os "dados médicos e os procedimentos" dos exames a que ele se submeteu "estão fartamente documentados no serviço médico do STF".
Indagado pela Folha se a ausência de Barbosa atrapalhava os trabalhos do STF, o ministro Marco Aurélio Mello disse que sim. "Com oito ou nove ministros o tribunal fica totalmente diferente. Ele nos faz muita falta", disse.
Atualmente, Barbosa é responsável por 13 mil processos -contando os que estão no Ministério Público.
"Todos nós estamos sobrecarregados de processos. Não damos conta dos nossos, como vamos dar dos que foram distribuídos a um colega?", indaga Marco Aurélio.


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