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Barbosa reclama de invasão de privacidade
Ministro do STF licenciado por dores crônicas nas costas foi flagrado em um bar no DF
DE BRASÍLIA
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa criticou ontem, em nota, o que chamou
de "invasão de sua privacidade" e repudiou os "aspirantes a paparazzi e fabricantes de escândalos".
O ministro sofre de dor crônica nas costas e desde fevereiro de 2008 faz pedidos de
licença. Barbosa diz não conseguir ficar muito tempo sentado, como exigem as sessões do STF. Neste ano, em
abril, ele tirou 60 dias de licença e a prorrogou por igual
período no início deste mês.
Ontem, o jornal "O Estado
de S. Paulo" publicou foto do
ministro em encontro com
amigos em um bar, em Brasília, no último sábado. A reportagem também informou
que ele esteve ainda em festa
na noite anterior na cidade.
Barbosa interrompeu a licença nesta semana para julgar casos que dependem de
seu voto e levar ao plenário
uma questão relacionada ao
caso do mensalão.
A volta momentânea ocorreu após o Painel da Folha
revelar que o presidente do
STF, Cezar Peluso, estuda pedir perícia sobre o estado de
saúde do colega.
Sua ausência tem sido criticada por entidades e ministros, que alegam acúmulo de
processos. Hoje, sem ele,
atuam no STF só nove ministros, já que Eros Grau antecipou sua aposentadoria.
"Sofro de dores crônicas
nas regiões lombar e quadril
há três anos", começa nota
divulgada ontem. Segundo o
comunicado, Barbosa afirma
que os "dados médicos e os
procedimentos" dos exames
a que ele se submeteu "estão
fartamente documentados
no serviço médico do STF".
Indagado pela Folha se a
ausência de Barbosa atrapalhava os trabalhos do STF, o
ministro Marco Aurélio Mello
disse que sim. "Com oito ou
nove ministros o tribunal fica
totalmente diferente. Ele nos
faz muita falta", disse.
Atualmente, Barbosa é
responsável por 13 mil processos -contando os que estão no Ministério Público.
"Todos nós estamos sobrecarregados de processos.
Não damos conta dos nossos,
como vamos dar dos que foram distribuídos a um colega?", indaga Marco Aurélio.
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