São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011 |
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Gleisi carrega fama de "trator" desde MS Nova ministra da Casa Civil é lembrada por rigidez na condução da reforma administrativa do Estado entre 1999 e 2001 Petista, então secretária de Reestruturação, teve relação conturbada com sindicatos; em 2002, fez reforma no Paraná RODRIGO VARGAS ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE RODRIGO VIZEU ENVIADO ESPECIAL A LONDRINA Nos três anos em que participou do governo do PT em Mato Grosso do Sul, de 1999 a 2001, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) consolidou fama idêntica à relatada por colegas do Senado: era um "trator". Em 2002, por sete meses, foi secretária de Londrina (PR), onde é lembrada como "dura, mas doce". Essas são as duas últimas experiências da petista no Executivo. O marido dela, Paulo Bernardo -ministro das Comunicações-, também atuou nas duas gestões. No governo sul-mato-grossense de Zeca do PT, ela foi condutora da reforma administrativa que incluía cortes de gastos e de pessoal, fusões e extinções de empresas públicas e mudanças no sistema previdenciário estadual. Sofreu grande resistência do movimento sindical que dava suporte ao governo. "Nós a víamos como uma tecnocrata que defendia uma reforma neoliberal, aos moldes do governo de FHC", lembra o secretário-geral da CUT-MS, Alexandre Costa. O sindicalista diz não ter boas lembranças das rodadas de negociação com a então secretária extraordinária de Reestruturação e Ajuste. "Ela vinha muito preparada, tinha todos os números e era sempre muito dura." Houve debates acalorados, ameaças de greve e manifestações. A reforma pretendia implantar conceitos como metas e prêmios por mérito. "Como era algo muito à frente da realidade do Estado, muitas ideias não vingaram", diz um ex-integrante do primeiro escalão. Gleisi começou no governo como responsável pela gestão de despesas e por cortes para reduzir o deficit, de quase R$ 20 milhões mensais. Em um ano, a arrecadação dobrou e o Estado conseguiu regularizar a folha. Para o deputado estadual Paulo Duarte (PT), que participou do governo, o casal de "estrangeiros" foi a escolha certa para a tarefa, mas não resistiu à "pressão política". "O remédio precisava ser amargo e desagradou. Houve um pouco de fogo amigo." Oposicionistas do PT no Estado, mas aliados da presidente Dilma, peemedebistas ouvidos pela Folha evitaram fazer críticas diretas à atuação da nova ministra em MS. Então chefe da Casa Civil estadual, o hoje deputado federal Vander Loubet (PT) negou que pressões tenham precipitado a saída do casal. PARANÁ De saída, Bernardo voltou a Londrina, seu berço político, para ser secretário da Fazenda do novo prefeito Nédson Micheleti (PT). Gleisi seguiu o marido e foi nomeada secretária de Gestão Pública em abril de 2002. De lá, só saiu para integrar a equipe de transição de Lula. A principal ação dela foi iniciar um plano de cargos e salários em meio a um cenário de enxugamento de gastos, como ocorreu em MS. Dessa vez, a função exigiu menos esforço político, pois o sindicato dos servidores era chefiado por um aliado. No cargo, Gleisi recebeu a reforma administrativa e o controle de despesas como missão. Segundo Jacks Dias, presidente do PT local, as contas foram equilibradas no segundo ano de mandato. Texto Anterior: Análise mudança ministerial: Dilma se afasta de Lula e assume riscos Próximo Texto: Esvaziamento da Casa Civil deixa "gestora" sem ter o que administrar Índice | Comunicar Erros |
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