São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011

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Esvaziamento da Casa Civil deixa "gestora" sem ter o que administrar

BRENO COSTA
ANA FLOR
DE BRASÍLIA

A "gestora" Gleisi Hoffmann assumiu quarta-feira o cargo de ministra-chefe da Casa Civil sem ter praticamente nada a gerir de fato.
Para dar instrumentos para que Gleisi possa atuar na gestão dos principais programas do governo, a presidente Dilma Rousseff terá que reverter o processo de esvaziamento técnico que promoveu na pasta durante o comando de Antonio Palocci.
Na quinta-feira, seu primeiro dia de trabalho, a Casa Civil afirmou que "ainda não há definição oficial" para mudanças em sua estrutura.
A presidente, no entanto, conforme a Folha apurou, quer que Gleisi assuma a gestão e o controle dos programas dos ministérios, tarefa que Palocci não realizava por estar envolvido na articulação política.
Dilma quer manter em suas mãos três áreas que considera as mais estratégicas: Fazenda, Saúde e o programa Brasil sem Miséria, nova vitrine da presidente. Para os demais programas e ações, os ministros se reportariam a Gleisi Hoffmann.
Um dos principais exemplos da desidratação gerencial da Casa Civil é o PAC, principal principal programa de investimentos do governo, cuja gestão migrou ainda em janeiro para o Ministério do Planejamento.
Minutos após a posse de Gleisi, Belchior disse que ainda não havia sido informada a respeito de nenhuma mudança na configuração atual do PAC. A Folha apurou que não deve acontecer mudança no controle do programa.
Para completar o tabuleiro no qual Gleisi terá de se encaixar, há a Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade, criada por Dilma em maio e presidida pelo industrial Jorge Gerdau.
Hoje, Gleisi não tem instrumentos formais nem para gerir outros programas do governo. O órgão interno da Casa Civil com a atribuição pretendida por Dilma não existe na prática.
Desde janeiro, a Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil está sem comando e seus quatro principais cargos estão vagos.
Em abril, a mudança na subchefia avançou e todos os seis cargos de assessoria especial reservados para esse órgão interno foram extintos.


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