São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Dilma indica que câncer a reaproximou da fé

Em Aparecida, petista afirmou que "processo recente" que viveu a fez retomar "coisas que estavam já dentro" dela

Candidata não comungou durante a missa e disse que não legitima ninguém a julgar a sua crença

Joel Silva/Folhapress
Dilma em missa em Aparecida (SP); a candidata fez o sinal da cruz atrasada

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A APARECIDA

Em visita ontem ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (SP), a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) deu a entender que a doença que enfrentou no ano passado foi o fator que a reaproximou de Deus.
Dilma é atacada por ter mudado suas posições religiosas desde que se tornou candidata. Em sabatina à Folha, em 2007, quando ocupava a Casa Civil, foi questionada se acreditava em Deus e respondeu: "Eu me equilibro na questão".
"Eu tive um processo recente e este processo me fez retomar várias coisas que estavam já dentro de mim. Essas questões dizem respeito a mim e eu não autorizo, não legitimo ninguém a julgar minha crença. Acho que isso é o cúmulo do preconceito."
Acompanhada do recém eleito deputado Gabriel Chalita (PSB) e de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula -ambos ligados à igreja-, Dilma participou da missa das 9h.
Não comungou. Mais tarde, explicou que prefere uma posição "mais recatada".

"MULHER FORTE"
Um dia após o debate em que partiu para o ataque contra o tucano José Serra, Dilma ouviu a homilia enaltecer mulheres do Antigo Testamento que "venceram o mal". Maria foi citada pelo padre como uma "mulher forte". A organização da missa afirmou que o texto já estava escolhido há meses.
Sobre os motivos para ir ao local, Dilma afirmou que desenvolveu "devoção especial por Nossa Senhora Aparecida, por circunstâncias recentes em minha vida".
Questionada se tinha sido o câncer linfático, afirmou que "preferia não falar sobre isso, uma questão pessoal".
Durante a visita, Dilma foi muito aplaudida, mas também foi criticada por fiéis que disseram que a visita era uma tentativa de "transformar o santuário em palanque".
Ela defendeu ainda um retorno aos "valores éticos e morais", falou da família e disse que pretende estimular adoções de crianças no país, caso eleita.


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