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ANÁLISE
Pré-campanha de Dilma termina com resultado mais positivo que a de Serra
JOSIAS DE SOUZA
DE BRASÍLIA
Para os candidatos à sucessão de Lula, o início da
Copa do Mundo marca o término do aquecimento que
precede a campanha.
A petista Dilma Rousseff
encerra a fase de pré-campanha mais bem-posta do que o
rival tucano José Serra.
A campanha oficial começa em 7 de julho.
O PSDB esperava entrar
em campo em vantagem nas
pesquisas. Mas, levada à TV
ao lado de Lula, Dilma subiu.
Virou pó a dianteira de
Serra de 10 pontos no Datafolha. Dilma empatou em 37%.
Para ela, uma noviça eleitoral, um grande feito. Quanto a ele, veterano das urnas,
restou celebrar a ausência de
uma ultrapassagem.
Ela já tem um vice: Michel
Temer (PMDB-SP). Ele, rebarbado por Aécio Neves, ainda
não. Ela traz ao seu redor
uma coligação consolidada.
Ele terá a adesão de um
PTB dividido. Cobiça o apoio
do PP. E ainda que tudo dê
certo vai à campanha com
menos tempo de TV.
Ela exibe plataforma sólida. Num verbo: "Continuar".
Ele desfia um discurso flácido, dúbio. Oposicionista, se
abstém da crítica a Lula.
A conjuntura condenou
Serra a trafegar, de novo, na
contramão. Em 2002, sob
FHC, simbolizara a continuidade num cenário que apontava para a mudança.
Em 2010, representa a mudança em meio a uma atmosfera que, marcada pela popularidade de Lula, conspira a
favor da continuidade.
Campanha eleitoral é parecida com uma partida de
futebol, com algumas diferenças: o campo não é demarcado, vale canelada e as
infrações jamais resultam em
expulsão.
Lula e o PT levaram as faltas às fronteiras do paroxismo. E os juízes do TSE ficaram no cartão amarelo: um
lote de multas mixurucas.
Serra e aliados também
pegam a bola com a mão. E
torcem para que a superexposição ilegal de Serra na TV
até o fim de junho produza
reflexos nas pesquisas.
Torcem ainda para que
Marina Silva não se perca no
caminho: ela é uma apólice
para o segundo turno.
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