São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2010

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Tucano também prepara nova versão de programa

JOSIAS DE SOUZA
DE BRASÍLIA

O documento que José Serra (PSDB) apresentou à Justiça Eleitoral como programa de governo não é uma versão final. O texto definitivo ainda está sendo elaborado pelo comitê do presidenciável. Só ficará pronto em agosto.
Coordenador do trabalho, Francisco Graziano Neto se apressa em fixar "diferenças" em relação à rival de Serra, Dilma Rousseff (PT).
"Não dá para comparar o que acontece com a Dilma com o nosso processo", diz Graziano, ex-secretário de Meio Ambiente de SP.
"Não vamos trocar nada. Estamos promovendo acréscimos ao documento que foi entregue ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral]."
Na semana passada, sete horas depois de ter protocolado o "programa" de Dilma no TSE, o PT o substituiu por outro texto.
A segunda versão do programa, edulcorada, suprimiu temas polêmicos -tributação de grandes fortunas e combate "ao monopólio dos meios eletrônicos" de comunicação, por exemplo.
Dilma assinara o texto. Mas renegou-o. Reconheceu que não lera a peça. "Só rubriquei, não assinei", tentou justificar-se a petista.
Aproveitando-se do vaivém, o candidato tucano fustigara a rival. Dissera que Dilma e o PT não têm "duas caras, mas várias caras".
É nesse contexto que surge a notícia de que também o comitê de Serra lapida o programa levado por ele ao TSE, uma junção de dois discursos do candidato.
Segundo Graziano, a versão final não resultará em novo protocolo: "O que está no tribunal é um conjunto de diretrizes, que nós estamos decompondo. Estou trabalhando 40 temas".
"Vamos divulgar as propostas na internet. Você vai encontrar em todas elas trechos correspondentes dos discursos do Serra. Não se trata de mudança, mas de aprofundamento."
De acordo com Graziano, está em curso "um processo". O PSDB criou na internet uma página para receber colaborações dos internautas. Chama-se "Proposta Serra, um programa de governo participativo".
"Em plena era da comunicação, não faz sentido apresentar o projeto acabado no ato do registro da candidatura. É ultrapassado. Temos de aproveitar a interatividade que a internet oferece", afirma Graziano.


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