São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Governo vê preços fora da meta em maio

Equipe econômica prevê que inflação atingirá pico em agosto, mas aposta que ela recuará nos meses seguintes

No governo, já há uma avaliação de que 2011 é um ano para evitar que a inflação fique solta e se distancie dos 4,5%


VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O governo já admite como "possível" que a inflação estoure o teto da meta antes do que previa inicialmente.
Segundo a Folha apurou, a equipe da presidente Dilma Rousseff, que até então calculava que a inflação ficaria acima de 6,5% em 12 meses acumulados até julho ou agosto, trabalha agora com a possibilidade de que isso ocorra entre maio e junho.
Apesar disso, o Ministério da Fazenda e o Banco Central mantêm a avaliação de que a partir de junho a inflação projetada para os 12 meses seguintes já indicará uma convergência para o centro da meta, de 4,5%, em 2012.
Segundo assessores do governo, o importante é que, pelas projeções do BC e da Fazenda, a dinâmica da inflação permanece dentro do esperado, com uma curva descendente a partir do segundo semestre, convergindo para a meta no segundo ano da presidente Dilma.
O centro da meta da inflação aprovado pelo Conselho Monetário Nacional é de 4,5%, com um espaço de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo para absorver choques na economia.

MAIOR ALTA
Segundo os dados do governo, a inflação vai seguir em alta durante o segundo e terceiro trimestres deste ano, iniciando um recuo nos últimos três meses do ano. Pelas projeções, o pico da inflação deve ocorrer em agosto.
No mercado, a expectativa é que a inflação nesse período possa estar acima de 7%, mas a equipe de Dilma não confirma esse cenário, apesar de ser provável caso a inflação estoure a meta nos próximos meses.
No governo, o pensamento é que 2011 é um período para evitar que a inflação "fique solta" e trabalhar para "o afastamento do centro da meta ser o menor possível".
Em seu último relatório de inflação, o BC trabalhava com uma inflação de 5,6% neste ano, mas essa projeção deve ser alterada em junho.
No Planalto, a expectativa é que a inflação feche o ano um pouco acima de 6%. No momento, as projeções do mercado captadas pelo BC indicam que ela pode terminar 2011 em 6,26%.
Segundo a Folha apurou, a equipe de Dilma sabe que, para fazer a inflação convergir para 4,5% em 2012, a economia terá de "andar abaixo de seu potencial de crescimento" em alguns meses.
Hoje os dados do BC apontam para uma desaceleração num ritmo considerado sustentável para evitar que a inflação saia do controle.
De acordo com um auxiliar direto de Dilma, o que o governo não fará é reagir ansiosamente às pressões do mercado e do empresariado.


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