São Paulo, domingo, 17 de abril de 2011

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Dilma decide priorizar combate à inflação

Alta de preços é a principal preocupação do governo neste momento, em detrimento da valorização do real

Integrantes da equipe econômica acham que governo só deve voltar a intervir se o dólar cair para menos de R$ 1,50


VALDO CRUZ
SHEILA D'AMORIM

DE BRASÍLIA

Foi da presidente Dilma Rousseff a decisão de priorizar o combate à inflação em detrimento, neste momento, de conter uma maior valorização do real.
Segundo a Folha apurou, a presidente deixou claro que a alta dos preços preocupa e deve ser combatida com todas as armas, incluindo um dólar mais barato.
Assessores de Dilma relatam, no entanto, que ela não é favorável a deixar a moeda americana se desvalorizar livremente. A preocupação de setores da equipe econômica é que a cotação do dólar possa ficar abaixo de R$ 1,50. Aí, sim, seria preciso agir.
Na semana passada, o dólar fechou a R$ 1,57.
Tradicional defensor de intervenções no câmbio, o ministro Guido Mantega (Fazenda) não só está fechado com a presidente como participou da decisão de priorizar o combate à inflação e evitar medidas mais fortes para segurar a valorização do real.
O Planalto ficou preocupado com os índices de preços que alertam para a possibilidade de estouro da meta de inflação antes do previsto.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, avalia que o teto de 6,5% pode ser ultrapassado entre maio e junho.
Neste caso, a apreciação do real pode até ajudar. Dólar mais baixo não só estimula a compra de importados para atender à demanda interna como também reduz o impacto da alta dos preços de produtos importantes no mercado internacional, como alimentos.
Mesmo que o impacto seja pequeno, a avaliação é que pode ser suficiente para evitar que a inflação termine o ano acima do teto da meta. Em 2010, a apreciação do real ajudou a reduzir a inflação em 0,22 ponto percentual.
A nova posição do governo gerou desconforto na Esplanada dos Ministérios.
Áreas mais ligadas ao empresariado, como as pastas do Desenvolvimento, da Ciência e Tecnologia e o BNDES, temem os efeitos do dólar barato na indústria.


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