São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

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No Rio, Cabral se defende de adversários com números


EM DEBATE, CANDIDATOS ATACAM O GOVERNADOR E QUESTIONAM DADOS DE SUA GESTÃO PARA TENTAR FORÇAR UM SEGUNDO TURNO

ITALO NOGUEIRA
DO RIO

Governador em busca da reeleição no Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB) se defende de ataques adversários com números de sua gestão questionados por seus oponentes.
Principal alvo no debate Folha/RedeTV! anteontem, o peemedebista contabilizou obras, prisões, resultados de seu governo e promessas para o seguinte, se reeleito. Teve, porém, dificuldade para listar os 16 partidos da megacoligação que o apoia.
A tática foi chamada por Fernando Gabeira (PV), seu principal adversário, de "candidatura Tabajara" -referência ao programa humorístico "Casseta e Planeta".
"É interessante prometer construir 50 escolas tendo construído apenas quatro, realmente. É o que eu chamo de candidatura Tabajara. "Seus problemas acabaram. Vamos construir tudo que é necessário e tudo vai ser resolvido'", disse o verde.
Cabral se defendeu das críticas sobre a educação no seu governo afirmando que sua gestão entregou 14 novas escolas. O número inclui, porém, segundo a própria Secretaria Estadual de Educação, escolas reformadas e duas em parceria com recursos privados.
Os adversários de Cabral combinaram os ataques com discurso sobre a necessidade de segundo turno. Gabeira nacionalizou a discussão incluindo a queda da ex-ministra Erenice Guerra.
"Caiu o braço direito da Dilma. Vocês precisam também conhecê-la melhor. [...] É fundamental o segundo turno também no Rio porque o governo gastou R$ 430 milhões em propaganda. Muitos temas não ficaram claros", disse o verde.
"O segundo turno poderá servir para desmistificar toda essa fantasia criada pelo atual governador", disse Fernando Peregrino (PR).
Cabral viu também sua política de segurança atacada. O candidato Jefferson Moura (PSOL) o questionou por ter feito campanha ao lado dos irmãos Jerônimo e Natalino Guimarães, ex-vereador e ex-deputado, respectivamente, presos por envolvimento com milícias.
O peemedebista se defendeu mais uma vez com números, citando 430 prisões de integrantes de grupos paramilitares feitas em seu governo. Ao dizer que "essa luta não acabou", não mencionou que as áreas de atuação dos dois irmãos permanecem sob controle de milícias.
"Meu governo não tergiversa, não negocia com a má conduta da polícia", disse o governador. A polêmica sobre prisões invadiu a plateia e gerou discussão entre o grupo de Moura e Cabral.
"A população está cansada de ataques e quer saber de propostas", afirmou Cabral, após o debate.
Questionado por Moura sobre quais eram os 16 partidos que o apoiavam, Cabral se desvencilhou e não respondeu à questão.
"Tenho muito orgulho de ter o apoio de 16 partidos, grandes, médios e pequenos. Os seis partidos que me apoiaram no primeiro turno em 2006 repetem o apoio, e mais dez entram nessa campanha. É a prova que estamos no caminho certo, com um programa sério e consistente", foi a resposta de Cabral. Moura o acusou de não saber os partidos que compõem a sua aliança.


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