São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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Alckmin não ajudará Rio a pressionar Dilma

DE SÃO PAULO
DO RIO


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avisou a interlocutores que não ajudará Rio de Janeiro e Espírito Santo a pressionar o governo federal na negociação por royalties do petróleo.
Os governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Renato Casagrande (PSB-ES) resistem a abrir mão de receita que recebem em campos já licitados para compensar os Estados não produtores de petróleo.
Por isso, pressionam a presidente Dilma Rousseff a ampliar a renúncia da União aos royalties e, com esse dinheiro, compensar os Estados não produtores.
Aos aliados Alckmin justificou sua posição dizendo que que a presidente já fez um gesto pelo consenso, diminuindo a participação da União nos royalties de 30% para 20%. Disse ainda que a queda de braço dos Estados com o governo federal poderá levar o caso à Justiça, o que seria temeroso.
Dos três governadores, o paulista é o único de um partido da oposição, e sua posição sobre o assunto incomodou Cabral e Casagrante.
A decisão de Alckmin isola ainda mais os governos do Rio de Janeiro e Espírito Santo na disputa pelos recursos.
A presidente já alertou os dois Estados de que não está disposta a ceder mais.
Ontem, no Rio de Janeiro, Sérgio Cabral voltou a cobrar publicamente uma nova posição de Dilma Rousseff.
"Existe indignação e expectativa de que o governo federal não será omisso", afirmou. "De que a presidenta Dilma terá a mesma postura que teve o presidente Lula. Afinal, foi ele que avalizou o governo dela", concluiu.
Internamente, Cabral também criticou a postura de Geraldo Alckmin. Ele e Casagrande avaliam que o governador deveria engrossar o coro contra a União, já que São Paulo também perderá dinheiro se for mantida a proposta da presidente.
Cabral argumentou ainda que a desunião dos governadores do Sudeste neste momento pode enfraquecê-los em negociações futuras.

UNIDOS
Os três governadores, no entanto, têm causas em comum. Ontem, por exemplo, se uniram para derrubar a proposta apresentada pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que redefinia as fronteiras do pré-sal no mar, passando campos do Rio e São Paulo para o Paraná.
Cabral chamou a proposta de "indecente".
Alckmin foi alertado sobre a mudança durante a madrugada de anteontem e despachou, logo pela manhã, uma equipe da Secretaria de Fazenda para acompanhar o projeto no Senado.
O tucano acionou ainda o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP). Durante a sessão de ontem, o polêmico artigo foi retirado do texto. (MARIANA CARNEIRO, DANIELA LIMA, VERA MAGALHÃES E RODRIGO RÖTZSCH)


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