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OUTRO LADO
Ex-presidente diz ser "absurdo" não instaurar a ação
DE BRASÍLIA
A Folha procurou os cinco
presidentes do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) que tomaram decisões favoráveis
ao andamento de ações que
citam denúncias anônimas,
incluindo o próprio ministro
Cesar Asfor Rocha.
Apenas o ex-presidente
Edson Vidigal atendeu o pedido de entrevista.
Segundo ele, "é um absurdo que uma ação não seja
instaurada porque partiu de
fonte anônima, mesmo que
tudo seja verdade", disse.
Quando barrou a Operação Castelo de Areia em janeiro, Asfor Rocha fez a ressalva de que a relatora do julgamento poderia "alterar os
termos, o alcance ou o conteúdo da decisão". Em outros
casos, quando deixou as
ações correrem, Rocha disse
que não foram apresentadas
provas suficientes para embasar a decisão liminar.
O advogado Celso Vilardi,
que entrou com o habeas corpus em favor de empreiteiros
da Camargo Corrêa para suspender a ação, saiu em defesa de Asfor Rocha. Vilardi
disse que a operação é um caso diferente de pedidos corriqueiros. Ele citou como
exemplo o pedido de adiamento de uma audiência.
"Uma audiência tem o periculum in mora [dano iminente] muito menor do que o
de instaurar 38 procedimentos contra 150 pessoas com
base numa prova ilícita",
exemplificou.
Para o advogado, a Castelo
de Areia merece mais atenção por se tratar de uma operação "gigante e absurda",
enquanto a maioria dos pedidos levados à presidência do
STJ se tratava de casos individuais. A maior parte dizia
respeito ao relaxamento de
prisões em flagrante.
INDICAÇÃO
O ex-ministro da Justiça
Márcio Thomaz Bastos, advogado da Camargo Corrêa,
nega ligação entre sua indicação de Asfor para o STF e a
decisão da Castelo de Areia.
"Hoje eu tenho muito pouca
influência e quando a decisão saiu nem existia uma
candidatura. Considero ele
um bom nome porque revolucionou a Justiça", disse.
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