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Governador está envolvido em fraude, diz Promotoria
Ministério Público de SP vê participação de Gaguim em desvio de R$ 615 mi
Governador nega elo com irregularidades; defesa de empresário diz que documentos não indicam nenhum crime
DE CAMPINAS
Um relatório reservado do
Ministério Público de São
Paulo aponta que o governador do Tocantins e candidato
à reeleição, Carlos Henrique
Gaguim (PMDB), e o procurador-geral do Estado, Haroldo
Rastoldo, "tiveram participação direta" em fraudes de licitações feitas por suposta
"organização" criminosa.
Duas pessoas foram presas na semana semana: o suposto lobista Maurício Manduca e o empresário José Carlos Cepera. As fraudes chegariam a R$ 615 milhões.
O Ministério Público diz
que a ação acontecia em três
Estados e em 11 cidades de
São Paulo. O governador e o
procurador apareceram involuntariamente em escutas
autorizadas pela Justiça.
Oito pessoas foram presas
no dia 17 de setembro sob
suspeita de envolvimento
com o suposto esquema. Ontem, o Ministério Público denunciou seis presos.
Cópia do relatório foi enviada ao STJ devido ao foro
privilegiado do governador.
No relatório, os promotores escrevem que "a vitória
da empresa de Cepera e contratações subsequentes são
decorrência de novas fraudes
realizadas com participação
direta de agentes políticos e
servidores públicos do alto
escalão do Estado do Tocantins, dentre eles o próprio governador Gaguim e o procurador-geral do Estado".
Em outra parte, Manduca
diz a Cepera que "na reunião
com Gaguim" fechou contrato de empresa controlada por
Cepera com o governo.
Gaguim é apoiado pelo PT.
No relatório, os promotores
dizem que Manduca cita encontro em que estariam Lula
e Dilma Rousseff, mas não levantam suspeita contra eles.
O advogado de Cepera,
Luiz Flávio Borges D'Urso,
negou o envolvimento do
empresário. O governador e o
procurador-geral também
negaram envolvimento. O
advogado de Manduca, Alexandre de Araújo, disse que
os documentos não indicam
crime.
(MAURÍCIO SIMIONATO)
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