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Lula recua de ataques à mídia e prega "humildade"
Presidente diz que não pode "ficar com ego" com elogios nem "raiva quando fala mal
Edison Vara/Reuters
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O presidente Lula e Dilma Rousseff em comício ontem à noite no centro de Porto Alegre
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva recuou nos ataques à imprensa e pregou ontem o exercício da "humildade" para lidar com o noticiário que lhe desagrada.
A escalada de reclamações
do presidente contra a cobertura jornalística começou
após a queda da ministra Erenice Guerra (Casa Civil), na
semana passada.
Lula já havia acusado a
imprensa de se comportar
como "partido de oposição"
e torcer pelo fracasso do seu
governo em coberturas que
"beiram o ódio".
Ontem, ao lado da candidata Dilma Rousseff (PT) em
um comício em Porto Alegre,
ele disse que a imprensa é
"muito importante para a democracia".
"Quando a matéria dos jornais sai falando mal da gente, ninguém gosta. Quando
fala bem, o ego da gente cresce. O que a gente precisa é ter
humildade para nem ficar
com muito ego quando fala
bem nem ficar com muita raiva quando fala mal", discursou Lula, no centro da capital
gaúcha.
"A democracia é exatamente isso: cada um fala o
que quer, escreve o que quer,
transmite o que quer e o povo, na última hipótese, faz o
grande julgamento", declarou, no palanque.
Já Dilma comparou a eleição deste ano com a reta final
de 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez, para
fustigar a oposição.
"[Em 2002] foi a esperança
do nosso povo que venceu o
medo que eles queriam instilar. Agora, destilam ódio e ao
ódio, vamos responder novamente com esperança", discursou a candidata.
Mais cedo, a petista havia
seguido a mesma linha de
Lula e baixado o tom dos ataques à imprensa. Negou que
tenha havido "embates" com
a mídia nos últimos dias e
afirmou que a democracia é
"o sal da terra".
De acordo com a petista, o
clima para os dias finais de
campanha do primeiro turno
da eleição deve ser de "tolerância" e de "conviver com o
contraditório".
ERENICE
A candidata foi questionada se entre seus planos de governo estava um novo marco
regulatório para as comunicações. Dilma afirmou que a
área tem "um grave problema", que é a participação de
capital estrangeiro.
Ela defendeu que a "drástica mudança" tecnológica
na área das comunicações
mostra que é preciso discutir
o tema com todos os setores.
Dilma respondeu ainda
sobre as declarações de Lula
de que a ex-ministra Erenice
Guerra (Casa Civil) "jogou fora a chance de ser uma grande funcionária pública".
Segundo a petista, o presidente criticou "a contratação
de parentes e amigos".
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