São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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Lula recua de ataques à mídia e prega "humildade"

Presidente diz que não pode "ficar com ego" com elogios nem "raiva quando fala mal

Edison Vara/Reuters
O presidente Lula e Dilma Rousseff em comício ontem à noite no centro de Porto Alegre

GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuou nos ataques à imprensa e pregou ontem o exercício da "humildade" para lidar com o noticiário que lhe desagrada.
A escalada de reclamações do presidente contra a cobertura jornalística começou após a queda da ministra Erenice Guerra (Casa Civil), na semana passada.
Lula já havia acusado a imprensa de se comportar como "partido de oposição" e torcer pelo fracasso do seu governo em coberturas que "beiram o ódio".
Ontem, ao lado da candidata Dilma Rousseff (PT) em um comício em Porto Alegre, ele disse que a imprensa é "muito importante para a democracia".
"Quando a matéria dos jornais sai falando mal da gente, ninguém gosta. Quando fala bem, o ego da gente cresce. O que a gente precisa é ter humildade para nem ficar com muito ego quando fala bem nem ficar com muita raiva quando fala mal", discursou Lula, no centro da capital gaúcha.
"A democracia é exatamente isso: cada um fala o que quer, escreve o que quer, transmite o que quer e o povo, na última hipótese, faz o grande julgamento", declarou, no palanque.
Já Dilma comparou a eleição deste ano com a reta final de 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez, para fustigar a oposição.
"[Em 2002] foi a esperança do nosso povo que venceu o medo que eles queriam instilar. Agora, destilam ódio e ao ódio, vamos responder novamente com esperança", discursou a candidata.
Mais cedo, a petista havia seguido a mesma linha de Lula e baixado o tom dos ataques à imprensa. Negou que tenha havido "embates" com a mídia nos últimos dias e afirmou que a democracia é "o sal da terra".
De acordo com a petista, o clima para os dias finais de campanha do primeiro turno da eleição deve ser de "tolerância" e de "conviver com o contraditório".

ERENICE
A candidata foi questionada se entre seus planos de governo estava um novo marco regulatório para as comunicações. Dilma afirmou que a área tem "um grave problema", que é a participação de capital estrangeiro.
Ela defendeu que a "drástica mudança" tecnológica na área das comunicações mostra que é preciso discutir o tema com todos os setores.
Dilma respondeu ainda sobre as declarações de Lula de que a ex-ministra Erenice Guerra (Casa Civil) "jogou fora a chance de ser uma grande funcionária pública".
Segundo a petista, o presidente criticou "a contratação de parentes e amigos".


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