São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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OUTRO LADO

Governador e candidato afirmam que acusações têm cunho eleitoreiro

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
SÍLVIA FRIAS
COLABORAÇÃO PARA FOLHA,
EM CAMPO GRANDE

A assessoria do candidato José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, qualificou como de "cunho sabidamente eleitoreiro" as afirmações de Eleandro Passaia sobre um suposto "mensalão" operado durante seus dois mandatos como governador.
Cobrou que Passaia apresente provas do que está dizendo. A Folha tentou contato com André Puccinelli (PMDB) e seus assessores, mas, até a conclusão desta edição, não houve retorno.
Em nota publicada no site de sua campanha, Puccinelli disse repudiar "qualquer tentativa de colocar em dúvida a honestidade e a transparência" de seu governo.
Para o governador, o vídeo feito por Passaia com o deputado Ary Rigo (PSDB) é um "instrumento eleitoreiro" e traz "declarações inverídicas", diz trecho da nota.
A assessoria do deputado Ari Rigo (PSDB) disse que ele cumpria agenda de campanha, mas que mantinha todos os posicionamentos da nota divulgada na quarta, quando se declarou vítima de uma "ilegal gravação".
"Jamais cometi qualquer crime ou desviei qualquer centavo da Assembleia", disse, em um trecho.
O deputado Geraldo Resende (PMDB) disse que nunca pediu porcentagem de verbas para suas emendas. Quando mencionou a questão do retorno, ele diz que não se referia a dinheiro.
"O único retorno que cobrei foi o retorno político, ou seja, a conclusão das obras que viabilizei com a minhas emendas. O fato é que as obras nunca saíam do papel e eu ficava prejudicado."
Resende disse que Passaia era o "cérebro do esquema". "O Ari [Artuzi] não tinha qualificação. Passaia era o guru do prefeito, usava sua inteligência para o mal".
Artuzi nega as acusações de irregularidades.
Também citado por Passaia, o deputado federal Marçal Filho (PMDB) disse que tem "apenas um ano de mandato" e que o secretário "deve ter se equivocado ao ouvir a menção a retorno". "Queria o retorno político. Poder dizer para a população que uma determinada obra havia sido viabilizada em razão do meu trabalho. Mas não tive nenhuma emenda licitada, liberada ou empenhada."
O deputado Vander Loubet (PT) disse que ele só irá se manifestar "após a conclusão das investigações por parte da Polícia Federal".
A Folha deixou recado nas empresas da família Uemura em Dourados. O advogado da família, João Arnar Ribeiro, disse que não estava autorizado a falar em nome de seus clientes sobre o caso.


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