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OUTRO LADO
Governador e candidato afirmam que acusações têm cunho eleitoreiro
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
SÍLVIA FRIAS
COLABORAÇÃO PARA FOLHA,
EM CAMPO GRANDE
A assessoria do candidato
José Orcírio Miranda dos
Santos, o Zeca do PT, qualificou como de "cunho sabidamente eleitoreiro" as afirmações de Eleandro Passaia sobre um suposto "mensalão"
operado durante seus dois
mandatos como governador.
Cobrou que Passaia apresente provas do que está dizendo. A Folha tentou contato com André Puccinelli
(PMDB) e seus assessores,
mas, até a conclusão desta
edição, não houve retorno.
Em nota publicada no site
de sua campanha, Puccinelli
disse repudiar "qualquer
tentativa de colocar em dúvida a honestidade e a transparência" de seu governo.
Para o governador, o vídeo
feito por Passaia com o deputado Ary Rigo (PSDB) é um
"instrumento eleitoreiro" e
traz "declarações inverídicas", diz trecho da nota.
A assessoria do deputado
Ari Rigo (PSDB) disse que ele
cumpria agenda de campanha, mas que mantinha todos os posicionamentos da
nota divulgada na quarta,
quando se declarou vítima
de uma "ilegal gravação".
"Jamais cometi qualquer
crime ou desviei qualquer
centavo da Assembleia", disse, em um trecho.
O deputado Geraldo Resende (PMDB) disse que nunca pediu porcentagem de
verbas para suas emendas.
Quando mencionou a questão do retorno, ele diz que
não se referia a dinheiro.
"O único retorno que cobrei foi o retorno político, ou
seja, a conclusão das obras
que viabilizei com a minhas
emendas. O fato é que as
obras nunca saíam do papel
e eu ficava prejudicado."
Resende disse que Passaia
era o "cérebro do esquema".
"O Ari [Artuzi] não tinha qualificação. Passaia era o guru
do prefeito, usava sua inteligência para o mal".
Artuzi nega as acusações
de irregularidades.
Também citado por Passaia, o deputado federal Marçal Filho (PMDB) disse que
tem "apenas um ano de mandato" e que o secretário "deve ter se equivocado ao ouvir
a menção a retorno". "Queria
o retorno político. Poder dizer para a população que
uma determinada obra havia
sido viabilizada em razão do
meu trabalho. Mas não tive
nenhuma emenda licitada,
liberada ou empenhada."
O deputado Vander Loubet (PT) disse que ele só irá se
manifestar "após a conclusão das investigações por
parte da Polícia Federal".
A Folha deixou recado nas
empresas da família Uemura
em Dourados. O advogado
da família, João Arnar Ribeiro, disse que não estava autorizado a falar em nome de
seus clientes sobre o caso.
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