São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2010

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MATO GROSSO

Índios libertam 5 funcionários de usina mantidos reféns desde sábado

DE CUIABÁ - Os cerca de 300 índios que invadiram o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Dardanelos (no noroeste de Mato Grosso, 976 km de Cuiabá) libertaram na tarde de ontem os cinco funcionários que eram mantidos reféns no local desde sábado.
A decisão foi tomada pelos líderes das 11 etnias que integram o protesto, pouco antes do início de uma reunião da qual participaram Funai, Ministério Público Federal e representantes do consórcio -que é controlado pela Neoenergia (51%) e tem como acionistas a Eletronorte (24,5%) e a Chesf (24,5%).
Mesmo com a libertação dos reféns, o impasse entre os índios e o consórcio continuou. Os índios rejeitaram a proposta de uma reunião em 2 de agosto, em Brasília, na qual seriam apresentados o detalhes do PBA (Programa Básico Ambiental) da usina.
Eles exigem que sejam apresentadas de imediato as compensações -financeiras, inclusive- por impactos ambientais decorrentes da obra, cuja inauguração está prevista para o fim do ano.
O administrador da Funai na região, Antônio Carlos Ferreira de Aquino, disse que "os índios perceberam que a obra estava acabando e já ia ser inaugurada antes que viesse qualquer compensação".
Jair Tsaibataesi, presidente da Organização dos Povos Indígenas do Noroeste de MT, disse que os construtores sempre se negaram a conversar.
Em nota, a Energética Águas de Pedra se declarou "surpresa" com a manifestação dos índios. "A hidrelétrica não tem impactos diretos sobre as comunidades indígenas, [...] não está sendo construída em área indígena ou sobre antigos cemitérios indígenas", diz um trecho.


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