São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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ANÁLISE

Minas Gerais segue como principal pêndulo das disputas nos Estados

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

A relevância de uma eleição estadual para governador é proporcional ao tamanho do eleitorado no qual se dá a disputa.
Dessa forma, está em Minas Gerais a novidade de maior impacto político nas pesquisas do Datafolha sobre a sucessão em sete Estados e no Distrito Federal.
O eleitorado mineiro foi o único de grande proporção (o segundo do país, 11% dos eleitores) que apresentou mudança de comportamento significativo.
Houve alta do candidato do PSDB ao Palácio da Liberdade, Antonio Anastasia. Ele saiu de 17% para 29%. Seu adversário direto, o senador Hélio Costa (PMDB), manteve-se em 43%.
Há outro dado que chama a atenção. Na sondagem espontânea, quando o entrevistado não vê os nomes dos candidatos, Anastasia saiu de 9% e foi a 17%, passando Costa, cuja taxa só variou um ponto, de 13% para 14%.
Nos outros Estados e no Distrito Federal houve também alterações, mas todas de menor magnitude se comparadas ao que se passou em Minas Gerais.
Tome-se o caso de Brasília. Há uma nítida aproximação entre Agnelo Queiroz (PT), que foi a 35%, e Joaquim Roriz (PSC), estável em 41%. Mas o Distrito Federal tem apenas 1,4% dos eleitores brasileiros e sua influência no quadro da política nacional é pequena.
Já em Minas Gerais -juntamente com São Paulo, o maior eleitorado do país- está sendo jogado o futuro da oposição sob a liderança do PSDB caso se confirme a tendência das pesquisas de vitória de Dilma Rousseff já no primeiro turno da disputa presidencial.
Se o tucano Anastasia perder, será uma derrota pessoal de Aécio Neves -que deve se eleger senador com tranquilidade, mas não terá uma máquina capaz de lhe dar suporte para comandar o espólio do partido no caso de uma derrota do presidenciável da legenda, José Serra.
Esse tipo de cenário poderia ser replicado, em tese, em São Paulo. Mas entre os paulistas continua sólida a dianteira de Geraldo Alckmin (PSDB), com 54%. Aloizio Mercadante (PT) foi de 16% a 20%, mas não subtraiu nada do tucano -e sim de Celso Russomanno (PP), que desceu de 11% para 7%.
Esse ambiente de franco favoritismo do tucano Alckmin em São Paulo também demonstra haver uma limitação da influência de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição.
É que o apoio lulista deu a Dilma Rousseff (PT) a dianteira na eleição presidencial em solo bandeirante e em todos os Estados pesquisados pelo Datafolha. Mas o presidente da República não conseguiu inocular, como deseja, seu prestígio em Aloizio Mercadante.


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