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ANÁLISE
Minas Gerais segue como principal pêndulo das disputas nos Estados
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
A relevância de uma eleição estadual para governador é proporcional ao tamanho do eleitorado no qual se
dá a disputa.
Dessa forma, está em Minas Gerais a novidade de
maior impacto político nas
pesquisas do Datafolha sobre a sucessão em sete Estados e no Distrito Federal.
O eleitorado mineiro foi o
único de grande proporção
(o segundo do país, 11% dos
eleitores) que apresentou
mudança de comportamento
significativo.
Houve alta do candidato
do PSDB ao Palácio da Liberdade, Antonio Anastasia. Ele
saiu de 17% para 29%. Seu
adversário direto, o senador
Hélio Costa (PMDB), manteve-se em 43%.
Há outro dado que chama
a atenção. Na sondagem espontânea, quando o entrevistado não vê os nomes dos
candidatos, Anastasia saiu
de 9% e foi a 17%, passando
Costa, cuja taxa só variou um
ponto, de 13% para 14%.
Nos outros Estados e no
Distrito Federal houve também alterações, mas todas de
menor magnitude se comparadas ao que se passou em
Minas Gerais.
Tome-se o caso de Brasília.
Há uma nítida aproximação
entre Agnelo Queiroz (PT),
que foi a 35%, e Joaquim Roriz (PSC), estável em 41%.
Mas o Distrito Federal tem
apenas 1,4% dos eleitores
brasileiros e sua influência
no quadro da política nacional é pequena.
Já em Minas Gerais -juntamente com São Paulo, o
maior eleitorado do país-
está sendo jogado o futuro da
oposição sob a liderança do
PSDB caso se confirme a tendência das pesquisas de vitória de Dilma Rousseff já no
primeiro turno da disputa
presidencial.
Se o tucano Anastasia perder, será uma derrota pessoal
de Aécio Neves -que deve se
eleger senador com tranquilidade, mas não terá uma
máquina capaz de lhe dar suporte para comandar o espólio do partido no caso de uma
derrota do presidenciável da
legenda, José Serra.
Esse tipo de cenário poderia ser replicado, em tese, em
São Paulo. Mas entre os paulistas continua sólida a dianteira de Geraldo Alckmin
(PSDB), com 54%. Aloizio
Mercadante (PT) foi de 16% a
20%, mas não subtraiu nada
do tucano -e sim de Celso
Russomanno (PP), que desceu de 11% para 7%.
Esse ambiente de franco
favoritismo do tucano Alckmin em São Paulo também
demonstra haver uma limitação da influência de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição.
É que o apoio lulista deu a
Dilma Rousseff (PT) a dianteira na eleição presidencial
em solo bandeirante e em todos os Estados pesquisados
pelo Datafolha. Mas o presidente da República não conseguiu inocular, como deseja, seu prestígio em Aloizio
Mercadante.
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