São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2011

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BC demorou a agir para frear alta do dólar, diz CSN

Apesar da crítica ao banco, presidente da companhia não vê risco cambial

Segundo Benjamin Steinbruch, também da Fiesp, empresas com dívida em dólar estão protegidas de perdas


MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

O presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, disse ontem que o BC (Banco Central) demorou a intervir para deter a forte alta do dólar nas últimas semanas.
Segundo ele, o BC comprou muitos dólares quando a moeda estava perto de R$ 1,50, e não pode titubear para vender quado ela está a R$ 1,90.
Após quase três semanas de forte alta da moeda americana, o BC fez uma operação equivalente a vender dólares no mercado futuro na quinta-feira, o que diminuiu o movimento de valorização da moeda americana.
Ontem, ele teve a segunda queda seguida, fechando a R$ 1,822.
Apesar da crítica, Steinbruch não detalhou qual seria o problema da forte alta da moeda em pouco dias.
Economistas afirmam que a valorização súbita da moeda aumenta os gastos das empresas com dívidas em dólar e atrapalha o planejamento das companhias.
Os exportadores querem uma desvalorização do real para aumentar a competitividade do produto nacional, mas preferem uma alta gradual do dólar.
Steinbruch, que é também primeiro-vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disse que a maioria das empresas está "hedgiada", ou seja, protegida das variações do dólar por meio de operações no mercado futuro.
Segundo ele, toda a dívida da CSN está protegida.
"É um momento de crise lá fora, então as oscilações são bruscas realmente, mas as empresas brasileiras estão todas protegidas, não existe prejuízo", afirmou, no 8º Fórum de Economia da FGV.
Também presente no evento, o ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Neto elogiou a ação do BC na semana passada: "A função do BC é dar paz ao mercado", disse.
Delfim Neto também considerou correta a decisão da autoridade monetária de reduzir a taxa de juros de 12,5% para 12% em agosto, medida muito criticada por parte dos economistas que dizem que o governo está se preocupando mais com o crescimento do que com a inflação.
"A presidente Dilma [Rousseff] está realmente mais preocupada com crescimento. Mas com fundamento, pois o cenário externo está muito complicado", disse.


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