São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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TV e rádio do Amapá ligadas a senador fazem ataques à Folha

Irmão do político, que integra o grupo de mídia, nega ação orquestrada contra jornal

DE SÃO PAULO

Emissoras de TV e rádios do Amapá, parte delas ligadas à família do senador Gilvam Borges (PMDB-AP), fizeram uma série de ataques à Folha nos últimos dias.
As redes acusam a reportagem do jornal de oferecer dinheiro por entrevistas com duas testemunhas de um caso envolvendo o político do Amapá. A Folha não paga por entrevistas.
Em 2005, as duas testemunhas haviam prestado depoimentos que acabaram resultando na cassação do mandato de dois adversários de Gilvam, o casal João e Janete Capiberibe (ambos do PSB), por compra de votos.
As entrevistas com as duas testemunhas, feitas pela repórter Kátia Brasil, enviada a Macapá, ocorreram no último fim de semana.
Nas reportagens exibidas pelas TVs, são mostradas imagens da entrevista, que foram gravadas com o telefone celular pelo marido de uma das testemunhas.
Na TV Tucuju, que retransmite a programação da Rede TV! no Amapá, o apresentador de um programa policial chegou a questionar quem bancou as despesas da Folha na cidade.
Reportagens do mesmo teor foram exibidas em outras emissoras do Amapá.
A repórter da Folha foi ao Amapá após a revelação, feita pelo jornal na semana passada, de que um ex-funcionário da família de Gilvam afirmou que o político comprou testemunhas no processo que culminou na cassação dos Capiberibe.

OUTRO LADO
Procurado, o irmão do senador, Geovani Borges, que integra a direção do grupo, disse que não há ação orquestrada contra a Folha.
Afirmou ainda que a versão de que houve oferta de dinheiro pela entrevista teve origem em um depoimento das testemunhas ao Ministério Público, que aconteceu no mesmo dia do encontro com a reportagem da Folha.
Para Geovani, se houve "excesso" nas reportagens veiculadas, não foi por orientação da direção da empresa. O grupo é composto pela TV e quatro emissoras de rádio.
Ele disse também que pediu a suspensão de reportagens sobre a jornalista.
O senador Gilvam Borges não foi encontrado para falar sobre o assunto. A assessoria dele diz que ele não tem envolvimento com a TV e com as rádios. (FELIPE BÄCHTOLD)


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