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Governo do Amapá libera pagamento de R$ 7,3 mi após prisão
Ação judicial questiona contrato do Estado com Setra Segurança; procurador afirma que papel é falsificado
Governador interino diz que acordo não é ilegal e trouxe vantagem para o erário, pois reduziu dívida do Estado
HUDSON CORRÊA
ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ (AP)
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM
Mesmo com o governador
Pedro Paulo Dias (PP) na prisão, o governo do Amapá autorizou pagamento de R$ 7,3
milhões a uma empresa de
segurança no dia 17 passado.
Do total, R$ 300 mil foram
liberados de imediato e o resto, parcelado em dez meses.
"O acordo foi formalizado às
escondidas contrariando parecer de procuradores do Estado", diz o presidente da associação dos procuradores,
Julhiano Cesar Avelar.
Há uma ação na Justiça para reduzir o valor cobrado pela empresa Setra Segurança,
e outra para deixar de pagar
qualquer quantia, disse ele.
O procurador diz que era
preciso esperar o julgamento
das ações, pois havia laudo
técnico apontando falsificação de assinatura em documentos que comprovariam a
dívida com a Setra. O débito é
do início dos anos 90.
Avelar pediu ontem investigação do Ministério Público. Na segunda-feira, ao menos 15 procuradores relataram o caso à Polícia Federal.
A PF investiga suposto esquema de cobrança de propina no governo em troca de
contratos com empresas. A
investigação resultou na prisão do governador e mais 17
pessoas no dia 10 passado.
Pedro Paulo, candidato à reeleição, foi solto dias depois.
Quem autorizou o pagamento à Setra foi o governador em exercício Dôglas
Evangelista Ramos. O pagamento à Setra teve parecer favorável da procuradora-geral
do Estado, Luciana Lima Marialves de Melo, cargo de confiança de Pedro Paulo.
Ramos diz que o acordo foi
vantajoso: "A dívida já estava em R$ 11 milhões e iria aumentar mais", afirmou. "Não
foi nada ilegal. Agi dentro
das minhas prerrogativas.
Houve redução de 36% do
valor a ser pago", diz a procuradora-geral, que aponta
economia de R$ 4 milhões.
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