São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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Prefeitos temem pagar a conta de promessas de Serra e Dilma

Para entidade de municípios, propostas são "para inglês ver"

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

Em uma campanha marcada pela troca de acusações, as poucas propostas feitas pelos presidenciáveis preocupam os prefeitos.
Eles receiam ter de pagar a conta de promessas como o salário mínimo de R$ 600, anunciado pelo tucano José Serra, e a construção de 6.000 creches, defendida pela petista Dilma Rousseff.
Se o aumento de 17,6% no mínimo entrar em vigor no próximo ano, a Confederação Nacional dos Municípios estima que o impacto nas folhas de pagamento dos 5.563 municípios brasileiros será de R$ 1,91 bilhão em 2011.
O reajuste atingiria 1,46 milhão dos 5,1 milhões de servidores municipais do país. E ao menos 10% das administrações teriam problemas "imediatos" com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), disse o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski.
Responsáveis pela educação infantil no país, os prefeitos se preocupam ainda com a construção das 6.000 creches prometidas por Dilma.
A confederação calcula um custo adicional médio para os municípios de R$ 3,3 mil por criança/ano em turno integral (R$ 1,6 mil em turno parcial), sem contar os gastos com a manutenção das instalações e a contratação de pessoal especializado.
Segundo Ziulkoski, que é filiado ao PMDB, existem 1.154 cidades ainda sem creche na rede municipal.
"Se formos olhar todas essas propostas que estão aí, são para inglês ver, porque depois eles não executam -ou, se executam, é nas costas dos prefeitos", disse.
Cobrir os rombos aumentando a arrecadação é algo considerado impossível, pois a maioria das prefeituras depende das verbas de transferências estaduais e federais.
Para Ziulkoski, demitir funcionários em cargos em comissão também representaria "pouco" nas contas.


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