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Prefeitos temem pagar a conta de promessas de Serra e Dilma
Para entidade de municípios, propostas são "para inglês ver"
FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
Em uma campanha marcada pela troca de acusações, as poucas propostas
feitas pelos presidenciáveis
preocupam os prefeitos.
Eles receiam ter de pagar a
conta de promessas como o
salário mínimo de R$ 600,
anunciado pelo tucano José
Serra, e a construção de
6.000 creches, defendida pela petista Dilma Rousseff.
Se o aumento de 17,6% no
mínimo entrar em vigor no
próximo ano, a Confederação Nacional dos Municípios
estima que o impacto nas folhas de pagamento dos 5.563
municípios brasileiros será
de R$ 1,91 bilhão em 2011.
O reajuste atingiria 1,46
milhão dos 5,1 milhões de
servidores municipais do
país. E ao menos 10% das administrações teriam problemas "imediatos" com a LRF
(Lei de Responsabilidade Fiscal), disse o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski.
Responsáveis pela educação infantil no país, os prefeitos se preocupam ainda com
a construção das 6.000 creches prometidas por Dilma.
A confederação calcula
um custo adicional médio
para os municípios de R$ 3,3
mil por criança/ano em turno
integral (R$ 1,6 mil em turno
parcial), sem contar os gastos com a manutenção das
instalações e a contratação
de pessoal especializado.
Segundo Ziulkoski, que é
filiado ao PMDB, existem
1.154 cidades ainda sem creche na rede municipal.
"Se formos olhar todas essas propostas que estão aí,
são para inglês ver, porque
depois eles não executam
-ou, se executam, é nas costas dos prefeitos", disse.
Cobrir os rombos aumentando a arrecadação é algo
considerado impossível, pois
a maioria das prefeituras depende das verbas de transferências estaduais e federais.
Para Ziulkoski, demitir
funcionários em cargos em
comissão também representaria "pouco" nas contas.
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