Funcionários relatam violência nos postos

Apesar do bom resultado da saúde de Ribeirão na pesquisa Idsus, funcionários de UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) ouvidos pela reportagem da Folha afirmam que o grande problema da área é a falta de segurança nos locais de trabalho.

"A insatisfação [com a saúde pública] é descontada em cima da gente", disse uma enfermeira da UBDS Quintino Facci 2, que pediu para não ter seu nome divulgado.

As agressões são verbais e até físicas. Dados da GCM (Guarda Civil Municipal) apontam alta de 75,8% no número de ocorrências de pacientes ou acompanhantes agressivos em quatro anos.

Foram 62 casos em 2008 ante 109 no ano passado.

Segundo Wagner Rodrigues, presidente do Sindicato dos Servidores, a entidade recebe uma média de duas reclamações por semana sobre falta de segurança em unidades de saúde em Ribeirão.

"É preciso que as UBDSs tenham controle de entrada, com número restrito de acompanhantes", afirmou.

Ele relatou o caso de uma funcionária da UBDS Central que, em janeiro, foi vítima de tentativa de estupro.

O caso aconteceu em uma das salas e o homem chegou a rasgar a roupa dela.

No mesmo mês, funcionários da UBDS foram ameaçados de morte por meio de um bilhete, supostamente escrito por uma facção criminosa.

A violência não fica restrita aos funcionários. Atinge também os pacientes.

No início do mês passado, um rapaz sofreu tentativa de roubo dentro da UBDS da Vila Virgínia por um homem que, usando um celular, fingiu estar armado.

Há dois anos, a Prefeitura de Ribeirão instalou 80 câmeras nas UBDSs e na Secretaria da Saúde, que são monitoradas pela GCM.

A prefeita Dárcy Vera (PSD) também tem acesso às imagens de seu gabinete.