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Morro São Bento tem até 'favela' de gatos

Caixas de papelão sobrepostas foram colocadas para abrigar os animais no local onde houve matança em 2011

Morro é conhecido por abandono de felinos em Ribeirão; ONG cobra ação da prefeitura, que não fala sobre o assunto

DE RIBEIRÃO PRETO

Após a matança de 46 animais por envenenamento com chumbinho no ano passado, o morro São Bento, em Ribeirão Preto, ganhou uma "favela" de casas de gatos, construída com caixas de papelão sobrepostas.

Alguns dos "imóveis" contam até com base em madeira e tijolo para evitar que a temperatura fria do piso traga desconforto aos bichos.

O morro São Bento é um ponto conhecido de abandono de felinos na cidade. Por isso, é também local de constante atuação dos protetores de animais -pessoas que dão água e ração aos bichos, mas não são seus donos.

A suspeita é que sejam esses mesmos protetores os responsáveis pela "construção" da "favela de gatos".

Segundo Maria Cristina Dias, presidente da AVA (Associação Vida Animal), os protetores fazem isso para minimizar os danos causados aos bichos deixados na área.

"São abandonados gatos domésticos, muitas vezes filhotes. Se não há fiscalização na área que impeça o abandono dos animais, então não dá para condenar quem faz isso [as casas]", disse.

MATANÇA

Em maio do ano passado, 46 animais -39 felinos, seis gambás e uma cadela- foram encontrados mortos no morro São Bento, por envenenamento por chumbinho.

Na época em que houve a matança, a população estimada era de cem felinos que viviam abandonados.

Segundo Maria Cristina, na época a Prefeitura de Ribeirão Preto prometeu colocar guardas municipais para fazer ronda na área e instalar câmeras de segurança.

No entanto, nada disso foi cumprido. Com isso, donos de animais continuaram abandonando os felinos.

"O problema não é a 'favela' de gatos, mas não ter controle para evitar o abandono", disse Maria Cristina.

Segundo ela, as ONGs estão dispostas a ajudar na doação de bichos e em campanhas de conscientização, mas precisam da contrapartida da Prefeitura de Ribeirão para solução do problema.

A assessoria da prefeitura foi procurada às 17h30 de ontem, mas informou que não teria tempo de se pronunciar porque os responsáveis não foram encontrados.

(ELIDA OLIVEIRA E EDSON SILVA)

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