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Entidade recomenda extinção do bulldog na festa de Barretos

Centro de estudos mantido por organizadores concluiu que modalidade representa riscos

Pesquisas foram intensificadas depois que bezerro morreu após uma prova em 2011 em Barretos

Edson Silva - 19.ago.11/Folhapress
O bulldogueiro Cesar Brosco durante prova do bulldog em que bezerro ficou tetraplégico e foi sacrificado em Barretos
O bulldogueiro Cesar Brosco durante prova do bulldog em que bezerro ficou tetraplégico e foi sacrificado em Barretos

JOÃO ALBERTO PEDRINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

Uma entidade mantida pelo grupo Os Independentes, que promove a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, vai recomendar ao evento que suspenda a partir deste ano a prova de bulldog (imobilização de bezerros).

A sugestão será feita pelo professor Orivaldo Tenório de Vasconcelos, coordenador do Ecoa (Centro de Estudos de Comportamento Animal), que desenvolve pesquisas para nortear os procedimentos que envolvam animais de rodeio e provas durante a festa.

Ele confirmou à Folha que fará a recomendação para que o bulldog seja extinto porque concluiu que a competição representa riscos para a saúde dos animais.

As avaliações sobre os eventuais danos à saúde dos animais foram intensificadas depois que um bezerro precisou ser sacrificado, após uma prova no segundo dia da Festa do Peão de Barretos, em agosto do ano passado.

Na época, o animal caiu e ficou imóvel ao ser derrubado por um competidor. Ele precisou ser carregado na carroceria de um veículo.

O professor explicou que o tombo do bezerro provocou uma lesão irreversível.

"Houve uma subluxação de vértebra. Era um quadro que poderia evoluir positivamente, mas aconteceu o contrário, uma tetraplegia. Nesse caso, não há outra alternativa a não ser o sacrifício", afirmou. Tenório disse ainda que, em 25 anos de estudos, nunca havia presenciado um acidente em provas de bulldog. "Foi a primeira vez."

No bulldog, o peão tem de imobilizar o bezerro com as mãos e derrubá-lo no menor tempo possível.

A decisão de acabar com a competição em Barretos pode seguir o mesmo caminho da prova de laço, que em 2006 foi proibida por recomendação do Ecoa. A entidade comprovou que a disputa pode ser prejudicial aos animais.

A proibição contou também, na época, com intervenção do Ministério Público. Ela somente poderia ocorrer com um redutor de impacto no pescoço dos animais, que não foi desenvolvido.

NA INTERNET
Veja fotos do acidente com o bezerro
folha.com/no1111361

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