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Advogado de falsa muleta vai para presídio

Justiça mandou que Roberto Fiore, em prisão domiciliar, fosse levado ao complexo penitenciário de Araraquara

Segundo a polícia, ele tentou entregar a um preso muleta com seis celulares escondidos; Fiore alega inocência

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O advogado Roberto José Nassutti Fiore foi preso no início da tarde de ontem em Araraquara, três dias depois de ter sido flagrado no fórum do município tentando passar a um detento uma falsa muleta que escondia seis telefones celulares.

O flagrante ocorreu na última segunda-feira e, desde então, Fiore cumpria prisão domiciliar graças a um pedido de habeas corpus concedido parcialmente.

Na manhã de ontem, porém, o juiz da 2ª Vara Criminal de Araraquara, Marcos Correa, concedeu a prisão preventiva, pedida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual.

De acordo com o delegado Elton Negrini, Fiore foi surpreendido pela notícia da prisão preventiva ao atender no portão de sua casa os policiais. Ele ainda tentou entrar na própria casa, mas foi impedido por policiais e levado ao complexo penitenciário do município.

Em 2006, então presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Araraquara, Fiore fez denúncias de maus-tratos a presos desse mesmo complexo penitenciário após uma rebelião -a cena de homens seminus sentados no pátio, no local, com as portas soldadas, foi revelada pela Folha.

Ele está preso sozinho em uma sala da área administrativa, com mesa, livros e cama.

Em entrevistas nesta semana, Fiore disse à reportagem que entregou as muletas ao policial, mas afirmou que não sabia dos telefones celulares e que somente quis ajudar a mãe do preso que estava com o pé enfaixado.

O advogado Paulo Fernando Ortega, que defende Fiore, já entrou ontem mesmo com um pedido de liberdade provisória e reversão da prisão domiciliar. Até as 19h30, não havia nenhuma decisão sobre o pedido.

Entre as provas para o pedido de prisão na penitenciária, o promotor de Execuções Criminais Herivelto de Almeida baseou-se na carta apreendida no presídio há um mês, como a Folha publicou nesta semana.

"Ele [Fiore] faz parte, na condição de advogado, do que eles [membros do PCC] denominam de 'sintonia do gravata', que é quando, além de exercer a sua profissão, ele também exerce atividades para o partido", afirmou Ortega.

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