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Expectativa de vida com doença chega a 25 anos
DA FOLHA RIBEIRÃO
Enquanto a notícia de ter
Aids era o mesmo que a morte
na década de 1980, hoje, a expectativa de vida de pessoas
portadoras do vírus chega a
atingir até 25 anos. Em Ribeirão, há casos de pessoas com a
doença há 20 anos , de acordo
com Fátima Neves, coordenadora do programa municipal
DST/Aids, e o assistente social
Luis Antonio Jorge de Castro,
do Gapa-RP.
Desde o primeiro caso notificado na cidade, em 1986, existem aproximadamente 4.800
notificações acumuladas -destes, 60% morreram. Para o assistente social do Gapa, o desenvolvimento dos anti-retrovirais trouxeram menos mal-estar aos pacientes e ampliaram a expectativa de vida.
Um membro do Gapa-RP,
por exemplo, convive há 18
anos com a doença. Os remédios se aprimoraram: no início
dos anos 90, tomava 80 comprimidos por dia; hoje, são 12.
Na corda bamba
O trapezista Joaquim (nome
fictício), 47, sabe o que é viver
no limite desde a infância. De
família circense, foi trapezista
até os 26 anos, quando a vida
lhe impôs um novo abismo.
Joaquim descobriu ter uma
doença de que nunca tinha ouvido falar. Bissexual, contraiu a
doença por sexo sem proteção.
"Não se falava de camisinha."
O diagnóstico demorou. O
primeiro médico pensou que
era uma virose; outro, lhe receitou um soro. O terceiro definiu
o vilão: vírus HIV. "Eu nem sabia o que era isso. Fiquei meio
perdido, pensei que ia morrer."
Passou a tomar anti-retrovirais em 1998 -28 comprimidos
por dia. Hoje, toma quatro cápsulas. "Quando alguém descobre que tem a doença, vem falar
comigo. Eu falo que tem jeito."
(JC)
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