Ribeirão Preto, Terça-feira, 02 de Dezembro de 2008

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Expectativa de vida com doença chega a 25 anos

DA FOLHA RIBEIRÃO

Enquanto a notícia de ter Aids era o mesmo que a morte na década de 1980, hoje, a expectativa de vida de pessoas portadoras do vírus chega a atingir até 25 anos. Em Ribeirão, há casos de pessoas com a doença há 20 anos , de acordo com Fátima Neves, coordenadora do programa municipal DST/Aids, e o assistente social Luis Antonio Jorge de Castro, do Gapa-RP.
Desde o primeiro caso notificado na cidade, em 1986, existem aproximadamente 4.800 notificações acumuladas -destes, 60% morreram. Para o assistente social do Gapa, o desenvolvimento dos anti-retrovirais trouxeram menos mal-estar aos pacientes e ampliaram a expectativa de vida.
Um membro do Gapa-RP, por exemplo, convive há 18 anos com a doença. Os remédios se aprimoraram: no início dos anos 90, tomava 80 comprimidos por dia; hoje, são 12.

Na corda bamba
O trapezista Joaquim (nome fictício), 47, sabe o que é viver no limite desde a infância. De família circense, foi trapezista até os 26 anos, quando a vida lhe impôs um novo abismo.
Joaquim descobriu ter uma doença de que nunca tinha ouvido falar. Bissexual, contraiu a doença por sexo sem proteção. "Não se falava de camisinha."
O diagnóstico demorou. O primeiro médico pensou que era uma virose; outro, lhe receitou um soro. O terceiro definiu o vilão: vírus HIV. "Eu nem sabia o que era isso. Fiquei meio perdido, pensei que ia morrer."
Passou a tomar anti-retrovirais em 1998 -28 comprimidos por dia. Hoje, toma quatro cápsulas. "Quando alguém descobre que tem a doença, vem falar comigo. Eu falo que tem jeito." (JC)


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