Ribeirão Preto, Quarta-feira, 04 de Novembro de 2009

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São Carlos, 152, investe para sofisticar o setor de serviços

"Capital do conhecimento" tenta diminuir distância entre universidade e cidade

Atrair novos hotéis é um dos desafios da cidade, de acordo com o prefeito e o presidente da Associação Comercial e Industrial

JEAN DE SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO CARLOS

O caminho trilhado por São Carlos nas últimas décadas tem sido o do conhecimento. A cidade que completa hoje 152 anos de fundação se orgulha de suas universidades e centros de pesquisa, além da fama de ter o maior número de doutores por habitante no país.
De carona nessa onda, a cidade tem conseguido se firmar como um polo atrativo para empresas de alta tecnologia. E são essas empresas e seus profissionais que desafiam agora a cidade a engatar aos seus potenciais o setor de serviços.
Parte desse trabalho já vem sendo feita, com a sofisticação do comércio, bares, restaurantes e a abertura de um shopping de grande porte, com cinema e praça de alimentação.
Presidente da Acisc (Associação Comercial e Industrial de São Carlos), José Eduardo Casemiro diz que, hoje, "ninguém mais precisa sair de São Carlos para comprar qualquer coisa" e "estamos muito bem de bares e restaurantes". A ressalva, diz, são as poucas opções de hotéis.
A preocupação de Casemiro é compartilhada com o prefeito Oswaldo Barba (PT). Para ele, a chegada de novas empresas e a inauguração da Cidade da Energia, prevista para 2011, vão atrair muita gente. Barba afirma já ter iniciado conversas com empresários para a construção de novos hotéis.
O desenvolvimento do setor de serviços em São Carlos é essencial também para quem "adotou" a cidade. É o caso do prefeito, ex-reitor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), do atual reitor da instituição, Targino de Araújo Filho e do ex-prefeito e ex-reitor da UFSCar, Newton Lima.
Segundo Araújo, iniciativas surgidas nas incubadoras tecnológicas das universidades e empreendimentos de alunos feitos a partir de pesquisas iniciadas na academia têm feito com que cada vez mais alunos se fixem em São Carlos.
O resultado é uma diluição cada vez maior das barreiras entre a cidade e o ambiente acadêmico, na opinião de Araújo e Newton Lima.
Fundador de três empresas de tecnologia em São Carlos desde que se formou em engenharia civil pela UFSCar, Herbert Luis Rosseto, 30, considera que o atrativo de São Carlos ainda é o "capital intelectual".
Ele e Tathiana Moreira, 31, uma de suas sócias na Bindewear, empresa em fase de desenvolvimento que possui a patente do "cimento luminoso", de aplicação dentária, são outros dois casos de ribeirão-pretanos que adotaram São Carlos após oportunidades no ambiente acadêmico.
"A cidade está melhorando, está trazendo restaurantes, gastronomia diversificada, mas em lazer e cultura ainda é um pouco ruim", diz Rosseto.


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