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A FARSA DO RATINHO
Ministério Público cobra medidas do governo
Promotor pede advertência ao SBT
da Reportagem Local
O promotor Clilton Guimarães
dos Santos encaminha hoje representação ao procurador-geral de Justiça do Estado, Luiz
Antonio Marrey, pedindo que o
governo federal advirta o SBT
sobre supostos abusos cometidos pelo "Programa do Ratinho".
Se a representação de Santos
for aceita por Marrey, o que é
provável, o chefe do Ministério
Público do Estado deve encaminhar o pedido de advertência ao
Ministério da Justiça. A competência sobre concessões de televisão é do governo federal.
A representação será entregue
hoje à tarde, junto com pedido
de ação civil pública.
Na ação, o Santos pede que o
SBT e Carlos Massa, o Ratinho,
paguem multa de R$ 35 milhões,
para um fundo comum, por desrespeito aos valores éticos e sociais previstos na Constituição.
O promotor também pede, como pena alternativa, que o SBT
seja obrigado, em dias alternados, a ceder 30 minutos do
"Programa do Ratinho" a
"programações educativa e institucional", feita sob orientação
de conselhos, como o da criança
e do adolescente. Além disso, pede que o programa pare de exibir
deficientes físicos, menores, brigas, intrigas e histórias forjadas.
O departamento jurídico do
SBT e Ratinho não se manifestaram sobre o assunto.
Especialistas ouvidos pela Folha foram unânimes em afirmar
que a ação tem fundamento.
"Em tese, se as alegações forem verdadeiras, a ação tem fundamento jurídico", disse o advogado Goffredo da Silva Telles.
Para Celso Bastos, a Constituição prevê controle sobre a programação de TV. Mas o constitucionalista teme que o processo
não gere uma condenação por
falta de legislação complementar
à Constituição.
Luiz Aranha Neto, especialista
em direitos autorais, acredita em
acordo sobre programação educativa.
(DANIEL CASTRO)
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