Ribeirão Preto, Sexta-feira, 08 de Maio de 2009

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Ribeirão vai propor modelo próprio de PSF

Plano da secretaria é dobrar carga horária de profissionais da rede para que eles trabalhem no Programa de Saúde da Família

Município tem 21 equipes de PSF, mas precisa chegar a 80, meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, para poder receber mais verbas

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Dobrar a carga horária de médicos e outros profissionais que trabalham no regime de 20 horas na rede de saúde municipal para que eles integrem o PSF (Programa de Saúde da Família). Essa é a proposta da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto para tentar cumprir a meta de 50% de cobertura do município pelo PSF.
O município precisa chegar a 80 equipes -atualmente tem apenas 21. A proposta ainda será levada ao Ministério da Saúde e a meta vai constar do Plano Municipal de Saúde.
O maior entrave para formar equipes de PSF é a dificuldade em contratar médicos generalistas. É preciso cumprir a meta para obter verba federal voltada a projetos na área da saúde.
"O Ministério da Saúde vincula todos os seus projetos para enviar dinheiro à saúde aos 50% de cobertura. Por isso, a gente tem que fazer das "tripas coração" para conseguir chegar a esse número", disse a secretária da Saúde, Carla Palhares.
Segundo ela, o objetivo da secretaria é não só melhorar o atendimento primário e prevenir doenças, mas conseguir mais recursos do governo federal para projetos que melhorem o atendimento na área de urgência e emergência.
Por enquanto, o Plano Municipal de Saúde está em fase de elaboração. A expectativa da secretaria é apresentar o documento ao Conselho Municipal da Saúde até o final deste mês. Somente depois disso é que a proposta será levada à União.
A enfermeira Denise Minto, chefe da Divisão de Planejamento em Saúde, disse que a meta de ampliação das equipes de saúde da família para 80 já constava do Plano Municipal da Saúde elaborado na administração do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB), mas não foi atingida nos quatro anos.
"Só com a contratação do médico generalista, a gente não consegue [atingir a meta]. Temos que aproveitar os clínicos, os pediatras, os ginecologistas que a gente tem, acertar a questão da carga horária e propor ao Ministério da Saúde um modelo próprio", disse Minto.
Caso a proposta seja aceita, o segundo desafio da secretaria será o de conseguir médicos com disponibilidade para trabalhar no PSF.
Nélio Domingos, pediatra e integrante da equipe técnica do PSF, afirmou que duas "enquetes" nesse sentido foram feitas na secretaria nas gestões dos prefeitos Antonio Palocci Filho (PT) e Gilberto Maggioni (PT) e em 2005, primeiro ano do último governo Gasparini.
Segundo Domingos, a proporção da última enquete foi de cinco dentistas e enfermeiros interessados em participar das equipes do PSF para cada médico. "O salário que nós oferecemos não é ruim, mas também não é tão bom a ponto de o profissional poder fazer somente isso", disse Domingos.
De acordo com Palhares, a secretaria estuda formas de aumentar o salário dos profissionais da rede, especialmente dos médicos que atendem no PSF e nos plantões da urgência e emergência. Hoje, o salário-base do plantonista, descontadas as gratificações, gira em torno de R$ 4.000.


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