|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ribeirão vai propor modelo próprio de PSF
Plano da secretaria é dobrar carga horária de profissionais da rede para que eles trabalhem no Programa de Saúde da Família
Município tem 21 equipes de PSF, mas precisa chegar a 80, meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, para poder receber mais verbas
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Dobrar a carga horária de
médicos e outros profissionais
que trabalham no regime de 20
horas na rede de saúde municipal para que eles integrem o
PSF (Programa de Saúde da Família). Essa é a proposta da Secretaria da Saúde de Ribeirão
Preto para tentar cumprir a
meta de 50% de cobertura do
município pelo PSF.
O município precisa chegar a
80 equipes -atualmente tem
apenas 21. A proposta ainda será levada ao Ministério da Saúde e a meta vai constar do Plano
Municipal de Saúde.
O maior entrave para formar
equipes de PSF é a dificuldade
em contratar médicos generalistas. É preciso cumprir a meta
para obter verba federal voltada a projetos na área da saúde.
"O Ministério da Saúde vincula todos os seus projetos para
enviar dinheiro à saúde aos
50% de cobertura. Por isso, a
gente tem que fazer das "tripas
coração" para conseguir chegar
a esse número", disse a secretária da Saúde, Carla Palhares.
Segundo ela, o objetivo da secretaria é não só melhorar o
atendimento primário e prevenir doenças, mas conseguir
mais recursos do governo federal para projetos que melhorem
o atendimento na área de urgência e emergência.
Por enquanto, o Plano Municipal de Saúde está em fase de
elaboração. A expectativa da
secretaria é apresentar o documento ao Conselho Municipal
da Saúde até o final deste mês.
Somente depois disso é que a
proposta será levada à União.
A enfermeira Denise Minto,
chefe da Divisão de Planejamento em Saúde, disse que a
meta de ampliação das equipes
de saúde da família para 80 já
constava do Plano Municipal
da Saúde elaborado na administração do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB), mas não
foi atingida nos quatro anos.
"Só com a contratação do
médico generalista, a gente não
consegue [atingir a meta]. Temos que aproveitar os clínicos,
os pediatras, os ginecologistas
que a gente tem, acertar a questão da carga horária e propor ao
Ministério da Saúde um modelo próprio", disse Minto.
Caso a proposta seja aceita, o
segundo desafio da secretaria
será o de conseguir médicos
com disponibilidade para trabalhar no PSF.
Nélio Domingos, pediatra e
integrante da equipe técnica do
PSF, afirmou que duas "enquetes" nesse sentido foram feitas
na secretaria nas gestões dos
prefeitos Antonio Palocci Filho
(PT) e Gilberto Maggioni (PT) e
em 2005, primeiro ano do último governo Gasparini.
Segundo Domingos, a proporção da última enquete foi de
cinco dentistas e enfermeiros
interessados em participar das
equipes do PSF para cada médico. "O salário que nós oferecemos não é ruim, mas também
não é tão bom a ponto de o profissional poder fazer somente
isso", disse Domingos.
De acordo com Palhares, a
secretaria estuda formas de aumentar o salário dos profissionais da rede, especialmente dos
médicos que atendem no PSF e
nos plantões da urgência e
emergência. Hoje, o salário-base do plantonista, descontadas
as gratificações, gira em torno
de R$ 4.000.
Texto Anterior: "Genros" são presos sob suspeita de mandar matar empresário Próximo Texto: Saiba mais: Zona sul e centro não têm equipes Índice
|