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Polícia apura fraude em cartões de ônibus
Motoristas usavam cartão comprado de idosos, que têm passagem livre, mas cobravam tarifa do passageiro
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
A Polícia Civil de Ribeirão investiga um esquema de fraude
contra empresas de ônibus que
pode ter desviado cerca de
R$ 200 mil por mês das concessionárias do transporte coletivo. Cerca de vinte motoristas
estão envolvidos no esquema,
segundo apurou a Folha.
Ontem, três motoristas e seis
vendedores ambulantes foram
detidos, ouvidos e liberados.
A denúncia foi feita há duas
semanas pelas empresas concessionárias de transporte urbano da cidade -Turb, Transcoorp e Rápido Oeste. Os três
detidos ontem trabalham na
mesma empresa, a Turb, em linhas do Jardim Amália.
Para cometer a fraude, segundo a polícia, os motoristas
usavam cartões de idosos -que
têm passe livre- para liberar a
catraca para alguns passageiros, mas cobravam a tarifa e
embolsavam o dinheiro.
Os vendedores ambulantes
atuavam como intermediários,
alugando cartões de usuários
especiais aos motoristas.
Cada um dos motoristas utilizava entre dez e 20 cartões diferentes por dia, para tentar
despistar o controle das empresas, segundo o assessor especial da Transurb, Marcelo
Rosa. "Os bilhetes eram trocados entre os motoristas durante o dia", afirmou.
Apenas um dos motoristas
detidos utilizou os cartões especiais pelo menos cem vezes
ontem, segundo o delegado
Luiz Geraldo Dias. O delegado
disse que espera uma auditoria
das empresas para comprovar
o valor do rombo.
A Folha conversou com três
dos acusados, todos vendedores ambulantes. Eles afirmaram que não se conhecem e
que não têm ligação com os
motoristas. "Achei que podia
dar problema, mas que não tinha nada demais", diz Ugleber
Sebastião Leria, que repassava
os cartões desde que ficou desempregado, há seis meses. Os
motoristas não quiseram falar.
Desde a denúncia, policiais
civis vêm percorrendo as linhas de ônibus "infiltrados".
Os motoristas foram indiciados por crime de apropriação
indébita qualificada e podem
pegar de um a seis anos de prisão. Os ambulantes também
podem ser indiciados, se ficar
comprovada sua participação.
Os deficientes, idosos e estudantes responsáveis pelos cartões, que são nominais, serão
ouvidos, mas não indiciados.
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