Ribeirão Preto, Quinta-feira, 12 de Março de 2009

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Polícia apura fraude em cartões de ônibus

Motoristas usavam cartão comprado de idosos, que têm passagem livre, mas cobravam tarifa do passageiro

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia Civil de Ribeirão investiga um esquema de fraude contra empresas de ônibus que pode ter desviado cerca de R$ 200 mil por mês das concessionárias do transporte coletivo. Cerca de vinte motoristas estão envolvidos no esquema, segundo apurou a Folha.
Ontem, três motoristas e seis vendedores ambulantes foram detidos, ouvidos e liberados.
A denúncia foi feita há duas semanas pelas empresas concessionárias de transporte urbano da cidade -Turb, Transcoorp e Rápido Oeste. Os três detidos ontem trabalham na mesma empresa, a Turb, em linhas do Jardim Amália.
Para cometer a fraude, segundo a polícia, os motoristas usavam cartões de idosos -que têm passe livre- para liberar a catraca para alguns passageiros, mas cobravam a tarifa e embolsavam o dinheiro.
Os vendedores ambulantes atuavam como intermediários, alugando cartões de usuários especiais aos motoristas.
Cada um dos motoristas utilizava entre dez e 20 cartões diferentes por dia, para tentar despistar o controle das empresas, segundo o assessor especial da Transurb, Marcelo Rosa. "Os bilhetes eram trocados entre os motoristas durante o dia", afirmou.
Apenas um dos motoristas detidos utilizou os cartões especiais pelo menos cem vezes ontem, segundo o delegado Luiz Geraldo Dias. O delegado disse que espera uma auditoria das empresas para comprovar o valor do rombo.
A Folha conversou com três dos acusados, todos vendedores ambulantes. Eles afirmaram que não se conhecem e que não têm ligação com os motoristas. "Achei que podia dar problema, mas que não tinha nada demais", diz Ugleber Sebastião Leria, que repassava os cartões desde que ficou desempregado, há seis meses. Os motoristas não quiseram falar.
Desde a denúncia, policiais civis vêm percorrendo as linhas de ônibus "infiltrados".
Os motoristas foram indiciados por crime de apropriação indébita qualificada e podem pegar de um a seis anos de prisão. Os ambulantes também podem ser indiciados, se ficar comprovada sua participação.
Os deficientes, idosos e estudantes responsáveis pelos cartões, que são nominais, serão ouvidos, mas não indiciados.


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