DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA RIBEIRÃO

O atual presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), negou ontem que tenha qualquer participação nos processos de licitações para reformas em cadeias quando era o secretário da Segurança do Estado de São Paulo, de 1991 a 1992.
De acordo com Temer, a maioria dos contratos foi assinada em 1990, antes de assumir o cargo no governo Fleury.
O Ministério Público investiga um esquema de superfaturamento de obras de 1990 a 1994.
O deputado federal alega que as licitações eram feitas pelo extinto Deplan e que o secretário da Segurança nunca era informado sobre os processos.
"Era a Polícia Civil que fazia isso, sem interferência do secretário", afirmou ele.
O ex-delegado-geral da Polícia Civil Luiz Paulo Braga Braun, denunciado por desvio de recursos públicos e formação de quadrilha em várias ações, também afirmou que o Centro de Engenharia do Deplan monopolizava as informações.
Braun disse que autoriza a abertura de sua conta bancária e oferece suas declarações de Imposto de Renda dos últimos anos.
"Sou delegado e não engenheiro. Eu não tenho bola de cristal para saber se tinha alguma irregularidade."
A Secretaria de Estado da Segurança Pública não comentou ontem as investigações em obras nas cadeias de Guará e de Cajuru devido ao fato de o processo estar sub judice.
A Folha não conseguiu falar ontem com a empresa Zocolotto, responsável pela obra.


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