Ribeirão Preto, Sábado, 14 de Março de 2009

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Telefônica lidera queixas pelo 3º ano consecutivo

Procon recebeu 3.615 reclamações contra o atendimento em 2008 e 4.405 em 2007

Banco Itaú é o segundo no ranking, com 1.586 reclamações em 2008; secretário da Justiça fala em uma negociação coletiva

DA REPORTAGEM LOCAL

A Telefônica ficou em primeiro lugar no ranking de reclamações recebidas pelo Procon de São Paulo durante o ano de 2008. É o terceiro ano seguido em que a empresa é a campeã de queixas.
Segundo o Procon, foram registradas 3.615 reclamações fundamentadas -quando é constatada uma violação e aberto processo administrativo- contra a Telefônica. Apesar de liderar a lista de queixas, a companhia melhorou em relação a 2007, quando foi alvo de 4.405 reclamações.
A presença da concessionária no topo da lista não é recente. Ela já havia sido a campeã de queixas em 1998, 1999, 2000 e 2001. Segundo Roberto Pfeiffer, diretor-executivo da Fundação Procon, os problemas agora se concentram em pacotes como telefone e internet.
"A Telefônica lidera não por falta de esforço do Procon. Foram inúmeras reuniões, autuações com multas pesadas. O registro positivo é que ela muda o problema. Primeiro era com a qualidade do serviço, depois com a mudança de pulso para minuto. Hoje os problemas estão relacionados aos pacotes."
A Telefônica não é a única empresa do ramo de telefonia nos primeiros lugares da lista. A TIM aparece como terceira do ranking, com 892 reclamações, mas primeira entre as operadoras de telefonia móvel. No país, porém, a TIM fica em terceiro lugar na participação de mercado, atrás da Claro e da Vivo, que também aparecem entre as 20 mais reclamadas.
A hegemonia do setor de telefonia no ranking do Procon é ameaçada por um concorrente de peso: o setor financeiro.
Muitos bancos cresceram em reclamações. É o caso do Itaú, que permanece na segunda posição, e recebeu 1.586 reclamações -em 2007, foram 1.544.
O Unibanco, que recentemente se fundiu com o Itaú, subiu da 18ª posição para a 4ª, com 773 reclamações (eram 206). Já o Bradesco, o segundo maior banco privado do país em número de clientes, superado hoje pelo conglomerado Itaú/Unibanco, subiu de 11º para 8º (de 320 para 656 queixas). O número de reclamações não-atendidas pelo banco após intermediação do Procon foi maior do que o de atendidas.
O secretário da Justiça do Estado de SP, Luiz Antonio Marrey, disse ontem que as empresas campeãs de reclamação serão chamadas para uma negociação coletiva. "Elas têm a obrigação de melhorar. São empresas grandes e não há razão para não prestarem um atendimento de acordo com a lei."
As reclamações registradas pelo Procon referem-se principalmente a consumidores da cidade de São Paulo. Os números já sofreram alguma influência do decreto que regulamentou o atendimento dos call centers, em vigor desde dezembro.


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