Ribeirão Preto, Sexta, 15 de janeiro de 1999

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CASO SELMA
Advogado afirma que documento desapareceu

da Folha Ribeirão

O advogado Luiz Carlos Bento, que representa o empresário Pablo Russel Rocha, afirmou ontem que um documento desapareceu do processo do caso Selma Heloísa Artigas da Silva -a garota de programa que teria sido arrastada até a morte em Ribeirão Preto.
Bento pediu por escrito, no dia 9 de dezembro, que os peritos do IC (Instituto de Criminalística) simulassem como Selma se prendeu ao cinto de segurança. Há uma cópia do documento que recebeu carimbo do Fórum nesse dia.
Rocha é acusado de assassinar a garota de programa e está preso na cadeia de Vila Branca. O crime aconteceu no ano passado, na madrugada de 11 de setembro, na avenida Caramuru.
"O juiz deu por encerrado o processo porque o prazo se esgotou, mas o caso ainda depende de esclarecimentos. É preciso mostrar como ela se prendeu ao cinto de segurança", disse.
Esta semana, o advogado pediu a revogação do mandado de prisão, afirmando que o juiz ultrapassou o prazo legal que tinha para decidir se Rocha será julgado por um júri popular.
"A permanência dele na prisão, ultrapassado o prazo de 81 dias, é ilegal", disse Bento.
O promotor de acusação José Vicente Pinto Ferreira discorda do advogado. "O prazo não foi descumprido por culpa da acusação, mas por exigências da defesa."

Processo
Segundo o promotor, o juiz Luiz Augusto Freire Teotônio deve dar a sentença sobre o caso somente no início de fevereiro, com o término do recesso no Fórum.
Ferreira afirma ainda que a simulação não é importante para o caso porque já houve a reconstituição do crime.
No laudo elaborado pelo IC de São Paulo, peritos descartaram a hipótese de acidente, mas não explicaram como ela ficou presa.
O empresário foi denunciado pelo crime de homicídio triplamente qualificado. Além de matar, ele teria agido com crueldade, por motivo fútil e sem dar chances de defesa à vítima.
Esses detalhes, indicados pela Promotoria, podem aumentar a pena em caso de condenação.



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