Ribeirão Preto, Domingo, 15 de Novembro de 2009

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Maioria das faculdades não impõem regras de vestuário

Das sete instituições de Ribeirão, duas estabelecem como os alunos devem se vestir

Faculdades COC e a Reges colocam limite à altura das saias e dos vestidos das meninas e vetam bonés e camisetas para os homens

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A estudante Jéssica de Oliveira Souza, 18, de short curto, aprova a ideia de não ter de seguir regras para se vestir em sua faculdade. Já a aluna Giovana Lopes, 21, de calça jeans, disse ser necessário o limite colocado pela sua instituição.
Bonitas e maquiadas, as duas universitárias retratam diferentes regras de conduta de faculdades particulares de Ribeirão Preto quando o assunto é a roupa dos alunos.
O assunto tornou-se alvo de polêmica, depois que a universitária Geisy Arruda, 20, com um microvestido rosa, foi vaiada dentro da Uniban, em São Bernardo do Campo, e precisou ser escoltada pela polícia até a saída. Na semana passada, a universidade chegou a anunciar a expulsão da aluna, mas, pressionada pela repercussão, recuou da decisão.
Das sete instituições particulares de Ribeirão consultadas pela reportagem, a maioria disse não ver necessidade de estabelecer como os alunos devem se vestir. São elas Unaerp, Faban, Centro Universitário Barão de Mauá e Centro Universitário Moura Lacerda.
Já as Faculdades COC e a Reges incluíram no contrato dos alunos ou em portaria interna um limite quanto à altura de saias e vestidos e, no caso dos meninos, proibiu shorts curtos, camisetas cavadas e até bonés. A Unip não respondeu à pergunta da Folha.

Com que roupa?
O discurso da maioria dos alunos ouvidos pela reportagem nas últimas quarta e quinta-feira, curiosamente, seguiu o estabelecido pela faculdade em que estudam. "Eu mesma já vim com vestidos mais curtos do que o dela [Geisy] e ninguém interferiu", disse Carolina Fernandes, 21, que cursa serviço social na Barão de Mauá.
Para Aline Caliman, 31, do curso de cosmetologia, a faculdade deve se preocupar com a educação, e não com a vestimenta. "Vai da ética da pessoa. Ela está pagando, é livre para se vestir como quiser", disse Jéssica Conrado Delfino, 18, de serviço social.
Nas Faculdades COC, um funcionário fiscaliza a altura de saias e vestidos antes de permitir que as alunas passem na catraca. Giovana Lopes, 21, que cursa direito, chegou a ser advertida por ir à aula com roupa de ginástica. Ela conta que costuma usar calça jeans. "Acho que há coisas que precisam de disciplina. Já sei das regras."
Rodrigo Ferraz, de engenharia civil, concorda com o veto ao short curto. "Acho que é certo [a restrição]. Aqui é escola, não é praia", disse.
Aluna da pós-graduação de administração, Fernanda Rosa Gomes, 26, discorda dos colegas. "Já fui barrada várias vezes, e minha saia estava no joelho. Acho ridículo", diz.
"Na Unaerp, os alunos entram de qualquer jeito, de short ou saia", disse a aluna Jéssica Souza, 18, de administração, que usa saias e vestidos, por causa do calor. "Tem até aqueles mais ousados, mas ninguém liga, todos respeitam."
Vanessa Macena da Silva, 21, short curto e colar de pérolas, estava pronta para cair na balada depois da aula. "Cada um se veste como quer, são todos adultos", disse.


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