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Maioria das faculdades não impõem regras de vestuário
Das sete instituições de Ribeirão, duas estabelecem como os alunos devem se vestir
Faculdades COC e a Reges colocam limite à altura das saias e dos vestidos das meninas e vetam bonés e camisetas para os homens
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A estudante Jéssica de Oliveira Souza, 18, de short curto,
aprova a ideia de não ter de seguir regras para se vestir em
sua faculdade. Já a aluna Giovana Lopes, 21, de calça jeans, disse ser necessário o limite colocado pela sua instituição.
Bonitas e maquiadas, as duas
universitárias retratam diferentes regras de conduta de faculdades particulares de Ribeirão Preto quando o assunto é a
roupa dos alunos.
O assunto tornou-se alvo de
polêmica, depois que a universitária Geisy Arruda, 20, com
um microvestido rosa, foi vaiada dentro da Uniban, em São
Bernardo do Campo, e precisou
ser escoltada pela polícia até a
saída. Na semana passada, a
universidade chegou a anunciar a expulsão da aluna, mas,
pressionada pela repercussão,
recuou da decisão.
Das sete instituições particulares de Ribeirão consultadas
pela reportagem, a maioria disse não ver necessidade de estabelecer como os alunos devem
se vestir. São elas Unaerp, Faban, Centro Universitário Barão de Mauá e Centro Universitário Moura Lacerda.
Já as Faculdades COC e a Reges incluíram no contrato dos
alunos ou em portaria interna
um limite quanto à altura de
saias e vestidos e, no caso dos
meninos, proibiu shorts curtos,
camisetas cavadas e até bonés.
A Unip não respondeu à pergunta da Folha.
Com que roupa?
O discurso da maioria dos
alunos ouvidos pela reportagem nas últimas quarta e quinta-feira, curiosamente, seguiu o
estabelecido pela faculdade em
que estudam. "Eu mesma já
vim com vestidos mais curtos
do que o dela [Geisy] e ninguém
interferiu", disse Carolina Fernandes, 21, que cursa serviço
social na Barão de Mauá.
Para Aline Caliman, 31, do
curso de cosmetologia, a faculdade deve se preocupar com a
educação, e não com a vestimenta. "Vai da ética da pessoa.
Ela está pagando, é livre para se
vestir como quiser", disse Jéssica Conrado Delfino, 18, de
serviço social.
Nas Faculdades COC, um
funcionário fiscaliza a altura de
saias e vestidos antes de permitir que as alunas passem na catraca. Giovana Lopes, 21, que
cursa direito, chegou a ser advertida por ir à aula com roupa
de ginástica. Ela conta que costuma usar calça jeans. "Acho
que há coisas que precisam de
disciplina. Já sei das regras."
Rodrigo Ferraz, de engenharia civil, concorda com o veto ao
short curto. "Acho que é certo
[a restrição]. Aqui é escola, não
é praia", disse.
Aluna da pós-graduação de
administração, Fernanda Rosa
Gomes, 26, discorda dos colegas. "Já fui barrada várias vezes, e minha saia estava no joelho. Acho ridículo", diz.
"Na Unaerp, os alunos entram de qualquer jeito, de short
ou saia", disse a aluna Jéssica
Souza, 18, de administração,
que usa saias e vestidos, por
causa do calor. "Tem até aqueles mais ousados, mas ninguém
liga, todos respeitam."
Vanessa Macena da Silva, 21,
short curto e colar de pérolas,
estava pronta para cair na balada depois da aula. "Cada um se
veste como quer, são todos
adultos", disse.
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