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TV que bóia-fria comprou de presente para a mãe chegará atrasada ao MA
Edson Silva/Folha Imagem
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Francisco Eudo (à frente), bóia-fria que deve passar o Natal em ônibus a caminho do MA
DA FOLHA RIBEIRÃO
O bóia-fria Francisco de
Matos, 20, investiu cerca de
40% do que ainda deve ganhar na rescisão contratual
para comprar uma televisão
de 29 polegadas para a mãe,
único parente que deixou em
Chapadinha, no Maranhão.
Safrista há três anos, ele já lamenta o fato de que não deve
chegar a tempo para entregar
o presente a mãe no Natal.
"Não temos nem o que fazer. Reclamamos com o fiscal,
mas ele diz que, se quisermos
o trabalho, vai ter de ser assim", afirmou.
Matos mora em uma república de trabalhadores rurais
em Guariba. Com ele, outros
dez maranhenses, funcionários da usina Maringá, se
mostraram revoltados com a
data estipulada para o acerto.
Todos chegaram para a safra
em meados de fevereiro.
Francisco Eudo Nunes, 56,
também já perdeu a expectativa de reencontrar os parentes em Fortaleza, no Ceará,
onde deixou pais, irmãos e filhos. "Há três anos não vou
para minha terra. Este ano
que decidi ir, me dei mal".
Mas não serão apenas os
trabalhadores que terão de
passar o Natal nas estradas do
Norte ou Nordeste. Maria Elza de Araújo, 42, de Guariba,
que há três anos trabalha como guia nos ônibus fretados
para as cidades no Maranhão,
também deve perder a festa.
"Geralmente passo o Natal
com eles lá, mas dessa vez a
previsão de chegada da maioria das turmas é no dia 25 de
dezembro às 22h", disse.
De acordo com Maria Elza,
os trabalhadores têm de pagar R$ 200 pela viagem, mais
um valor extra pelo excesso
de bagagem. Cada ônibus leva
46 pessoas e é alugado.
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