Ribeirão Preto, Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2008

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TV que bóia-fria comprou de presente para a mãe chegará atrasada ao MA

Edson Silva/Folha Imagem
Francisco Eudo (à frente), bóia-fria que deve passar o Natal em ônibus a caminho do MA

DA FOLHA RIBEIRÃO

O bóia-fria Francisco de Matos, 20, investiu cerca de 40% do que ainda deve ganhar na rescisão contratual para comprar uma televisão de 29 polegadas para a mãe, único parente que deixou em Chapadinha, no Maranhão. Safrista há três anos, ele já lamenta o fato de que não deve chegar a tempo para entregar o presente a mãe no Natal.
"Não temos nem o que fazer. Reclamamos com o fiscal, mas ele diz que, se quisermos o trabalho, vai ter de ser assim", afirmou.
Matos mora em uma república de trabalhadores rurais em Guariba. Com ele, outros dez maranhenses, funcionários da usina Maringá, se mostraram revoltados com a data estipulada para o acerto. Todos chegaram para a safra em meados de fevereiro.
Francisco Eudo Nunes, 56, também já perdeu a expectativa de reencontrar os parentes em Fortaleza, no Ceará, onde deixou pais, irmãos e filhos. "Há três anos não vou para minha terra. Este ano que decidi ir, me dei mal".
Mas não serão apenas os trabalhadores que terão de passar o Natal nas estradas do Norte ou Nordeste. Maria Elza de Araújo, 42, de Guariba, que há três anos trabalha como guia nos ônibus fretados para as cidades no Maranhão, também deve perder a festa.
"Geralmente passo o Natal com eles lá, mas dessa vez a previsão de chegada da maioria das turmas é no dia 25 de dezembro às 22h", disse.
De acordo com Maria Elza, os trabalhadores têm de pagar R$ 200 pela viagem, mais um valor extra pelo excesso de bagagem. Cada ônibus leva 46 pessoas e é alugado.


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