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Professor neozelandês decide arriscar e chega à USP
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO
Os neozelandeses estão
participando de sua segunda
Copa. O retrospecto da primeira (Espanha, em 1982)
não foi nada memorável. Perderam todos os três jogos da
primeira fase, um deles por 4
a 0 para o Brasil.
O neozelandês John
Campbell McNamara, professor de biologia na USP de
Ribeirão, se lembrou do resultado de 82 e de como os jogadores foram aclamados
pela torcida mesmo após o
fracasso, mas parou por aí.
Confessando que não é
muito fã de futebol, ele abre
uma exceção para a seleção
brasileira, a única que gosta
de ver jogar e que também é
sua aposta para ganhar a Copa do Mundo que está sendo
disputada neste mês na África do Sul.
Em 1977, aos 23 anos, pouco após concluir o mestrado
em zoologia e fisiologia, ele
embarcou em direção a Inglaterra, mas, no meio do caminho, decidiu mudar a rota
e desceu no canal do Panamá. Passou, então, por Costa
Rica, Colômbia e Equador e
chegou a São Paulo, no Brasil, onde tinha um amigo.
Meses depois aproximou-se da USP, onde engatou um
doutorado. Nesse período,
conheceu a sua mulher, Elaine Ribeiro, também bióloga.
No início dos anos 1990
soube de uma vaga na USP
de Ribeirão, mas ficou em
dúvida: deixar São Paulo em
direção ao interior parecia
um retrocesso. "Não via isso
como uma oportunidade."
Mas decidiu arriscar e se mudou para Ribeirão.
Apesar do tempo em que
vive no Brasil e da naturalização, McNamara não conseguiu assimilar muito da cultura brasileira. Samba, carnaval, literatura portuguesa
não caíram nas graças do
professor, motivo pelo qual
Elaine brinca dizendo que o
marido ainda será deportado
do Brasil.
(PAULO GODOY)
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