Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Junho de 2010

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Clima quente e amor conquistam inglês

DE RIBEIRÃO PRETO

O inglês Stephen John Fletcher, 46, é rápido no gatilho ao responder por que gosta de Ribeirão. "Ah, porque aqui é quente! É como vocês dizem: "Que calor!" Amo calor. Sofro com o frio."
Ao falar, porém, com paixão nos olhos da cidade que escolheu para viver, Stephen dá a entender que não se refere só à temperatura, que chega facilmente aos 35C.
"As pessoas daqui são muito receptivas. Eu me sinto mais brasileiro aqui. O brasileiro, aliás, acolhe muito bem. Já conheci 30 países e digo que qualidade de recepção como a do Brasil não tem", afirma Stephen.
A história de amor com o Brasil começou a se desenhar em 1992, quando a ribeirão-pretana Vera Von Gal Furtado Fletcher foi estudar e trabalhar na Inglaterra.
Os dois logo começaram a namorar. Um ano depois, Vera decidiu apresentar o Brasil ao namorado inglês, que se apaixonou pela terra.
"Tive uma impressão muito boa. Pelo que todos falavam, eu esperava coisa pior. Em São Paulo, entrei em um ônibus com ar-condicionado e brinquei com a Vera: "Mas cadê as galinhas, os porquinhos?'", conta ele, sempre com um sorriso aberto.
Vera e Stephen permaneceram por um mês em Ribeirão e depois viajaram por outras cidades, como Santos e Delfinópolis (MG).
Ele se gaba de já ter conhecido muitas outras cidades brasileiras, entre as quais Curitiba e Brasília, e ainda locais turísticos, como as diversas praias do litoral norte paulista e Caldas Novas (GO).
Já casados, eles foram morar nos EUA. A experiência, no entanto, só durou um ano.
"Não gostei dos americanos, não fiz amigos lá. Lembrei que aqui, em apenas um mês, fiz muitos amigos. Decidimos nos mudar para o Brasil", conta o inglês.
Depois de um período de adaptação, o casal decidiu abrir uma escola de inglês. Contavam com o diferencial de ter um nativo como professor de inglês. A escola já funciona há 15 anos.
Além das aulas, Vera e Stephen gostam de usar o tempo livre para ficar no haras, onde mantêm seus cavalos. Os dois filhos participam de competições. A caçula é campeã nacional de três tambores, conta o pai orgulhoso.
Quando o assunto é futebol, Stephen foge à regra do inglês fanático por seu time. Na juventude, torceu pelo Liverpool. Hoje, é são-paulino.
Na Copa, Stephen não tem dúvidas na hora de escolher para quem torcer: "Não esqueço meu país de origem, mas o Brasil é o país do meu coração."
(JC)


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