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Clima quente e amor conquistam inglês
DE RIBEIRÃO PRETO
O inglês Stephen John
Fletcher, 46, é rápido no gatilho ao responder por que
gosta de Ribeirão. "Ah, porque aqui é quente! É como
vocês dizem: "Que calor!"
Amo calor. Sofro com o frio."
Ao falar, porém, com paixão nos olhos da cidade que
escolheu para viver, Stephen
dá a entender que não se refere só à temperatura, que
chega facilmente aos 35C.
"As pessoas daqui são
muito receptivas. Eu me sinto mais brasileiro aqui. O brasileiro, aliás, acolhe muito
bem. Já conheci 30 países e
digo que qualidade de recepção como a do Brasil não
tem", afirma Stephen.
A história de amor com o
Brasil começou a se desenhar em 1992, quando a ribeirão-pretana Vera Von Gal
Furtado Fletcher foi estudar e
trabalhar na Inglaterra.
Os dois logo começaram a
namorar. Um ano depois, Vera decidiu apresentar o Brasil
ao namorado inglês, que se
apaixonou pela terra.
"Tive uma impressão muito boa. Pelo que todos falavam, eu esperava coisa pior.
Em São Paulo, entrei em um
ônibus com ar-condicionado
e brinquei com a Vera: "Mas
cadê as galinhas, os porquinhos?'", conta ele, sempre
com um sorriso aberto.
Vera e Stephen permaneceram por um mês em Ribeirão e depois viajaram por outras cidades, como Santos e
Delfinópolis (MG).
Ele se gaba de já ter conhecido muitas outras cidades
brasileiras, entre as quais Curitiba e Brasília, e ainda locais turísticos, como as diversas praias do litoral norte
paulista e Caldas Novas (GO).
Já casados, eles foram morar nos EUA. A experiência,
no entanto, só durou um ano.
"Não gostei dos americanos, não fiz amigos lá. Lembrei que aqui, em apenas um
mês, fiz muitos amigos. Decidimos nos mudar para o Brasil", conta o inglês.
Depois de um período de
adaptação, o casal decidiu
abrir uma escola de inglês.
Contavam com o diferencial
de ter um nativo como professor de inglês. A escola já
funciona há 15 anos.
Além das aulas, Vera e Stephen gostam de usar o tempo
livre para ficar no haras, onde mantêm seus cavalos. Os
dois filhos participam de
competições. A caçula é campeã nacional de três tambores, conta o pai orgulhoso.
Quando o assunto é futebol, Stephen foge à regra do
inglês fanático por seu time.
Na juventude, torceu pelo Liverpool. Hoje, é são-paulino.
Na Copa, Stephen não tem
dúvidas na hora de escolher
para quem torcer: "Não esqueço meu país de origem,
mas o Brasil é o país do meu
coração."
(JC)
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