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Médica que cuidou de bebê para a mãe trabalhar quer obter a guarda definitiva
Silva Junior/Folha Imagem
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A médica Regina e a filha adotiva: adoção direta que precisa ser confirmada pela Justiça
DA FOLHA RIBEIRÃO
Porta-retratos com o rostinho de Patrícia (todos os nomes usados são fictícios), 5
meses, estão espalhados pela
sala da médica Regina. Com
três filhos já formados, Regina se viu novamente mãe depois que começou a cuidar da
bebê. Agora, tenta conseguir a
sua guarda definitiva.
A manicure Vitória, mãe
biológica de Patrícia, já tinha
três filhos quando ficou grávida da menina. Quando a bebê
nasceu, Regina se ofereceu
para cuidar da criança, enquanto Patrícia trabalhava.
"A mãe gostava de sair, passear, não cuidava dela."
Patrícia foi ficando na casa
de Regina. "Quando vi, já tinha chiqueirinho, bebê-conforto, banheira e já havia passado três meses com ela."
A mãe biológica passou a só
buscar a filha aos finais de semana. Regina decidiu procurar um advogado e propor à
mãe biológica a adoção. "Eu
disse: "Vitória, ou você me entrega a menina de papel passado ou você a leva para sua
família tomar conta'", disse.
A mãe biológica chorou,
conta Regina. "Mas depois
disse que não tinha condições
de cuidar da filha e que não
confiava na família dela." Ela
aceitou a adoção com duas
condições: que Regina não
deixasse a cidade e que ela pudesse ainda manter contato
com a bebê.
A mãe adotiva aceitou. Como uma espécie de teste, a
Justiça concedeu a guarda
provisória por quatro meses.
"Nunca pensei em adotar
uma criança. Todo mundo diz
que eu estou louca. Mas ela
foi um presente de Deus."
Regina disse estar confiante de que a Justiça lhe garantirá a adoção. Conforme a menina crescer, pensa em deixar
claro a Patrícia a situação de
que ela tem duas mães. Sobre
a mãe biológica, disse acreditar que, com o tempo, ela
mesma se distanciará.
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