Ribeirão Preto, Domingo, 21 de Dezembro de 2008

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Médica que cuidou de bebê para a mãe trabalhar quer obter a guarda definitiva

Silva Junior/Folha Imagem
A médica Regina e a filha adotiva: adoção direta que precisa ser confirmada pela Justiça

DA FOLHA RIBEIRÃO

Porta-retratos com o rostinho de Patrícia (todos os nomes usados são fictícios), 5 meses, estão espalhados pela sala da médica Regina. Com três filhos já formados, Regina se viu novamente mãe depois que começou a cuidar da bebê. Agora, tenta conseguir a sua guarda definitiva.
A manicure Vitória, mãe biológica de Patrícia, já tinha três filhos quando ficou grávida da menina. Quando a bebê nasceu, Regina se ofereceu para cuidar da criança, enquanto Patrícia trabalhava. "A mãe gostava de sair, passear, não cuidava dela."
Patrícia foi ficando na casa de Regina. "Quando vi, já tinha chiqueirinho, bebê-conforto, banheira e já havia passado três meses com ela."
A mãe biológica passou a só buscar a filha aos finais de semana. Regina decidiu procurar um advogado e propor à mãe biológica a adoção. "Eu disse: "Vitória, ou você me entrega a menina de papel passado ou você a leva para sua família tomar conta'", disse.
A mãe biológica chorou, conta Regina. "Mas depois disse que não tinha condições de cuidar da filha e que não confiava na família dela." Ela aceitou a adoção com duas condições: que Regina não deixasse a cidade e que ela pudesse ainda manter contato com a bebê.
A mãe adotiva aceitou. Como uma espécie de teste, a Justiça concedeu a guarda provisória por quatro meses. "Nunca pensei em adotar uma criança. Todo mundo diz que eu estou louca. Mas ela foi um presente de Deus."
Regina disse estar confiante de que a Justiça lhe garantirá a adoção. Conforme a menina crescer, pensa em deixar claro a Patrícia a situação de que ela tem duas mães. Sobre a mãe biológica, disse acreditar que, com o tempo, ela mesma se distanciará.


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